Zema diz que pode ser candidato a vice-presidente em 2026: ‘O que eu quero é participar’

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo)
O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo) — Foto: Divulgação

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), afirmou nesta segunda-feira que não necessariamente pretende concorrer como cabeça de chapa nas eleições presidenciais de 2026. Em café com jornalistas em Belo Horizonte, Zema disse que pode ser candidato a vice-presidente em composição com outro nome da direita, sem descriminar qual.

— Irei participar (das eleições) de toda forma. Não ligo de ser vice, o que eu quero é participar, é fazer parte para mudar o Brasil — disse o governador, em declaração ao jornal “O Tempo”.

Além do gestor mineiro, os governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil) também tentam se viabilizar para concorrer ao Palácio do Planalto pela direita. A disputa ocorre para herdar o espólio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que seria o candidato natural do campo, mas está inelegível após duas condenações que sofreu no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Desde o início de seu segundo mandato, Zema tem feito acenos aos bolsonaristas e, ao mesmo tempo, tentado manter um diálogo republicano com o governo federal.

No começo deste ano, o governador deu declarações defendendo que as crianças mineiras não precisariam estar com o cartão vacinal em dia para se matricular nos colégios estaduais. A iniciativa, aplaudida por políticos do núcleo duro como o senador Cleitinho (Republicanos) e o deputado federal Nikolas Ferreira (PL) rendeu acionamentos no Supremo Tribunal Federal (STF).

Paralelo a isso, esteve em eventos com presidente Lula (PT), onde pregou a harmonia entre a gestão estadual e o Palácio do Planalto.

Além de discursos, mudanças internas ocorrem na gestão. Uma delas é referente ao investimento em comunicação desde que o governador criou uma subsecretaria sobre o tema, a partir da aprovação da reforma administrativa na Assembleia Legislativa.

A pasta comandada pelo engenheiro civil Bernardo Santos, ex-presidente do diretório municipal do Novo em Belo Horizonte passou a administrar os braços do estado que estavam sob o guarda-chuva da Secretaria de Cultura, como a emissora de televisão Rede Minas e a Rádio Inconfidência.

Desde então, os meios de comunicação que antes traziam uma programação educativa hoje transmitem também conteúdos sobre o trabalho no Palácio Tiradentes. A iniciativa foi amplamente criticada pela oposição, que acusa Zema de se utilizar da máquina pública para fazer autopromoção.

Além da corrida presidencial, Zema tem feito mudanças pensando na disputa por sua sucessão, onde o vice-governador Mateus Simões (Novo) desponta como nome natural. Neste contexto, Simões tem tido cada vez mais destaque, com mais agendas pelo estado e com as rédeas do diálogo com a base governista na Assembleia Legislativa.

Em importantes momentos da gestão, Zema tem deixado o vice tomar à frente. Sua agenda inclui entrega de obras, entrevistas em jornais e encontros com lideranças. Quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva esteve em Minas pela primeira vez em seu atual mandato, em fevereiro deste ano, foi Simões quem recebeu o petista no aeroporto. Ele descreve a relação com Lula como “amena” e “republicana”.

Já no início deste mês, quando o governo federal realizou um evento em Araxá, reduto de Zema, o governador quebrou o protocolo e deixou seu vice discursar. O chefe do Executivo mineiro justificou o gesto inédito com base na história de Simões, que teria conhecimento sobre a realidade do pequeno agricultor, impactado pelo complexo de produção de fertilizantes que estava sendo inaugurado.

Fonte: O Globo

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