Violência mais sofrida por meninas de 10 a 14 anos é a sexual

Imagem ilustrativa de abuso de poder e violência de gênero
A casa das vítimas foi o local mais frequentemente citado como aquele em que se deu as agressões, com 81% dos registros; na imagem, homem simula agressão contra criança

A violência mais comum em 2022 entre meninas de 10 a 14 anos foi a sexual, segundo o Atlas da Violência, divulgado nesta 3ª feira (18.jun.2024). Os dados, coletados do SUS (Sistema Único de Saúde), mostram que esse tipo de agressão representa 49,6% dos registros nessa faixa etária e gênero.

“Essas meninas são vitimadas principalmente por formas de violência sexual, com homens que ocupam as funções de pai e padrasto como principais algozes”, afirmou o estudo. Eis a íntegra do relatório (PDF – 4 MB).

Entre vítimas de zero a 9 anos, a violência mais frequente foi a negligência, com 37,9% dos casos, seguido por violência sexual, com 30,4%.

A partir dos 15 até os 69 anos, ou seja, em toda a vida adulta da mulher, a violência física passa a ser a mais comum: na faixa etária de 15 a 19 anos esteve presente em 35,1% dos casos de violência. Chegou a 49% entre mulheres de 20 a 24 anos e se manteve acima dos 40% até os 59 anos.

Quando mais idosa, a partir dos 70 anos, a negligência volta a ser uma forma de violência bastante presente na vida das mulheres, crescendo até o fim da vida.

Dos 70 aos 74 anos, 26,5% dos casos de violência foram classificados como negligência e 28,8% violência física. Dos 75 aos 79 anos a negligência esteve em 37,5% dos casos desta faixa etária e chegou a 50,4% em mulheres com 80 anos ou mais.

Ao todo, 221.240 mulheres sofreram algum tipo de violência no Brasil em 2022. O grupo mais afetado são as crianças: meninas de 0 a 9 anos representaram 15,2% das vítimas. Crianças e adolescentes com idade até 14 anos representaram 24,5% das vítimas, totalizando 35.387 casos.

Cerca de metade das vítimas (49,9%) são mulheres em idade reprodutiva, de 15 a 39 anos. Mulheres idosas representaram 6,4% do total das vítimas, totalizando 9.180 casos de vítimas com 60 anos ou mais.

A casa das vítimas foi o local mais frequentemente citado como aquele em que se deu as agressões, com 81% dos registros. Em 2º lugar, está vias públicas, com 6,1% dos casos.

Os homens foram os principais agressores, responsáveis por 86,6% dos casos, no geral. Contudo, entre vítimas crianças de zero a 9 anos, mulheres foram indicadas como possíveis agressoras em 50% dos casos.

Há prevalência de meninas e mulheres negras entre as vítimas de agressão em contexto doméstico e infrafamiliar, com 58,2% das vítimas.

Meninas e mulheres brancas correspondem a 39,8% dos registros; amarelas, cerca de 1%; e indígenas, 1%.

Fonte: Poder360

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