Vídeo: porta-aviões nuclear que fará operação militar no Brasil deixa os EUA rumo à América do Sul; conheça

Porta-aviões nuclear americano é visto deixando porto nos EUA
Porta-aviões nuclear americano é visto deixando porto nos EUA — Foto: Reprodução

O porta-aviões de propulsão nuclear USS George Washington foi filmado deixando o porto de Norfolk, na costa leste dos Estados Unidos, rumo ao continente sul-americano onde participará da operação Southern Seas (Mares do Sul) 2024. O porta-aviões fará uma série de ações militares em conjunto com Forças Armadas de países da região e deverá visitar o porto do Rio de Janeiro.

A embarcação esteve pela última vez no país há nove anos, em 2015, em outra edição da mesma operação, que visa incentivar a cooperação militar com os países da região. O porta-aviões foi filmado deixando o porto e Norfolk pelo canal de televisão WAVY-TV, de Portsmouth. Veja abaixo:

Após passar pela América do Sul, o porta-aviões deverá ir para o Japão. As autoridades americanas afirmam que serão realizados exercícios de passagem e operações no mar com as forças militares dos países sul-americanos. Visitas e intercâmbios entre oficiais também devem ocorrer. Junto com o porta-aviões, a Marinha americana envia também para a região o destróier de mísseis guiados USS Porter e um navio-tanque de reabastecimento.

“O Southern Seas 2024 contará com intercâmbios de especialistas e proporcionará aos visitantes das nações parceiras a oportunidade de ver de perto as operações dos porta-aviões. Estão planejados compromissos com Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Peru e Uruguai, com visitas a portos planejados para o Brasil, Chile e Peru”, disse a Embaixada dos Estados Unidos por meio de nota.

”A Southern Seas 2024 proporcionará a oportunidade de melhorar a interoperabilidade e aumentar a proficiência com as forças marítimas das nações parceiras (…) Implantações como a Southern Seas fortalecem as parcerias marítimas e criam confiança com nossos parceiros na região”, disse o contra-Almirante Jim Aiken, sobre a operação deste ano.

Lançado em 1990, o USS George Washinton tem 333 metros de comprimento e dois reatores nucleares, além de motores a diesel e turbinas a vapor. A embarcação pode levar uma tripulação de mais de seis mil pessoas e cerca de 90 aeronaves, entre aviões e helicópteros. A operação Southern Seas 2024 fica sob responsabilidade da 4ª Frota da Marinha americana, subordinada ao Comando Sul dos Estados Unidos, responsável por ações militares no continente.

— Eventos como a operação Southern Seas 2024 são tanto algo rotineiro como também refletem questões geopolíticas e militares de cunho global e regional — disse o professor Augusto Teixeira, do curso de Relações Internacionais da UFPB — Entre os aspectos da avaliação do ambiente estratégico expressos pela liderança do Comando Sul dos Estados Unidos, está a leitura de que a América Latina e Caribe são um espaço contestado por potências como China, Rússia e Irã.

No mesmo dia do anúncio da Southern Seas 2024, a mulher à frente do Comando Sul dos EUA, a general Laura Richardson, realizou uma visita à Argentina e se encontrou com o presidente Javier Milei. Além da doação de uma aeronave de transporte C-130H Hercules, foi anunciada pelo líder argentino, que viajou ao Ushuaia para o encontro com a militar, a construção de uma base naval integrada entre os dois países.

— Não se pode negar que (o Southern Seas) seja uma espécie de resposta dos EUA à crescente presença chinesa na América do Sul — diz o coronel da reserva Paulo Filho, mestre em Ciências Militares, que cita ainda o recente anúncio da construção de uma base americana na Argentina como mais um exemplo de ação americana frente aos chineses — A instalação chinesa de Neuquén, uma base de observação espacial com acesso restrito aos argentinos, sempre causou incômodo aos norte-americanos.

Fonte: O Globo

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