Imagens divulgadas nas redes sociais mostram o momento em que Bruno Emídio da Silva Júnior, de 33 anos, é baleado no rosto ao se debruçar em um muro para verificar sons de disparos que vinham da casa vizinha, em Apuracana, no Paraná, no último fim de semana. O autor do disparo, identificado como o empresário Agnaldo da Silva Oroski, de 41 anos, foi preso nesta quinta-feira.
Profissionais do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) chegaram a atender ao chamado, mas a morte de Bruno foi constatada no local.
Segundo a Polícia Militar, testemunhas relataram que a vítima estava em uma confraternização, no bairro Pirapó, quando foram ouvidos barulhos de tiros na casa do vizinho. Bruno teria, então, subido no porta-gás do imóvel para verificar, por cima de um muro, o que havia acontecido. Naquele momento, o vizinho disparou contra o seu rosto e fugiu em um carro vermelho.
Ao chegarem no local, poucos depois das 23h, agentes da PM encontraram Bruno caído no chão, enquanto sua namorada realizava massagem cardíaca para tentar reanimá-lo. Uma equipe do Samu chegou a ser chamada, mas a vítima morreu no local.
Após o relato das testemunhas, os policiais entraram na casa do vizinho. Lá, encontraram uma espingarda de pressão modificada para calibre .22 com luneta e uma escopeta, além de 49 munições de diferentes calibres intactas e outras 19 deflagradas.
Em cima de um guarda-roupa, também foram encontrados dois carregadores de pistola calibre .380 municiados. Posteriormente, a Polícia Científica apreendeu outros 11 estojos para pistolas com o mesmo calibre, em um corredor que liga a frente aos fundos da residência.
Ainda segundo a Polícia Militar, o Comandante de Policiamento da unidade chegou a fazer contato como autor do disparo, por telefone. O homem disse ao agente que “estava nas proximidades” do local, marcou um ponto de encontro com a equipe policial, mas não compareceu.
Na segunda-feira, dois dias após o crime, Agnaldo se apresentou à polícia, e alegou ter disparado por “legítima defesa”. Segundo o empresário, ele estava dentro de casa e teria ouvido um “barulho no telhado”. Por isso, saiu com arma em punho. Ele afirma, ainda, que o homem tentava pular na casa dele. A informação, no entanto, não é corroborada pelas imagens e relatos de testemunhas, segundo o delegado André Garcia, responsável pelas investigações.
O empresário pode responder por homicídio qualificado pelo motivo fútil e pelo recurso que impossibilitou defesa a Bruno.
Nas redes sociais, amigos prestaram homenagens e demonstraram apoio à namorada e à mãe de Bruno. “Será lembrado pela alegria que conseguia transmitir quando chegava, fico pensando nos planos que você e sua amada fizeram”, escreveu uma familiar.
“Descanse em paz, Bruninho”, publicou outra usuária. “Partida repentina (…) uma pessoa tão querida por todos”, escreveu uma prima.
Fonte: O Globo