Vídeo: ‘Lava fria’ invade as ruas de vilarejo nas Filipinas dois dias após erupção de vulcão

Residente atravessa lahar da erupção do vulcão Monte Kanlaon ao longo de uma estrada na vila de Biaknabato no município de La Castellana.
Residente atravessa lahar da erupção do vulcão Monte Kanlaon ao longo de uma estrada na vila de Biaknabato no município de La Castellana. — Foto: AFP

Chuvas fortes arrastaram lama vulcânica e detritos para o vilarejo de Biaknabato, na província de Negros Ocidental, região central das Filipinas, na quarta-feira, dois dias após a erupção do Monte Kanlaon, na ilha de Negros. A atividade expeliu uma nuvem de cinzas, rochas e gases a cinco quilômetros de distância.

Imagens publicadas no Facebook e verificadas pela AFP na quarta mostram uma torrente de lama cinza e rochas, conhecida como fluxo de lava fria, ou lahar, descendo por um curso de água no vilarejo do município de La Catellana. Moradores podem ser vistos andando descalços pela lama espessa que cobre uma estrada no vilarejo, localizado a poucos quilômetros do vulcão.

— O lahar nas ruas está na altura dos joelhos — disse à AFP Stills Fernandez, da agência municipal de desastres.

Uma escavadeira e três caminhões basculantes foram mobilizados para remover o lahar após ele ter parado de fluir, mas Fernandez explicou que “pode levar tempo” para limpar. Não houve relatos imediatos de vítimas, mas centenas de pessoas foram deslocadas de suas casas ao redor do Monte Kanlaon devido às cinzas e gases expelidos e à ameaça de lahars.

A lava fria, ou lahars, são fluxos gigantescos de detritos vulcânicos depositados nas encostas de um vulcão e desencadeados por chuvas fortes ou derretimento de neve, podendo soterrar vilarejos. O fenômeno também foi registrado na Indonésia após enchentes repentinas em maio. A combinação de chuva torrencial e lava fria deixou ao menos 34 pessoas mortas e 16 desaparecidos.

— Ainda estamos determinando a extensão e o volume do lahar — disse Teresito Bacolcol, diretor do Instituto Filipino de Vulcanologia e Sismologia, alertando ao público que a lama contém cinzas vulcânicas e é “perigoso”.

Leah Martinez, 37 anos, filmou o fluxo de detritos vulcânicos que descia por um curso de água rochoso perto de seu vilarejo de Masulog, que também fica próximo ao vulcão.

— Antes do fluxo do lahar, houve um som de trovão novamente — disse Martinez à agência francesa. — Eu corri para fora. Estava muito alto. Pensei que o vulcão tinha entrado em erupção novamente. Não conseguimos ver nada no início, depois havia pedras grandes, cinzas e água descendo o rio.

Não ficou claro se outros vilarejos foram afetados ou quantas casas foram danificadas. A agência estatal de vulcanologia elevou o nível de alerta do vulcão de um para dois em uma escala de zero a cinco, alertando para a possibilidade de mais erupções explosivas.

As Filipinas estão localizadas no sismicamente ativo “Anel de Fogo” do Pacífico, que contém mais da metade dos vulcões do mundo.

Fonte: O Globo

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