Veterano da Segunda Guerra morre aos 102 anos enquanto viajava para evento do Dia D na França

Robert Persichitti, de 102 anos, estava entre um número cada vez menor da geração de sobreviventes da Segunda Guerra Mundial
Robert Persichitti, de 102 anos, estava entre um número cada vez menor da geração de sobreviventes da Segunda Guerra Mundial — Foto: Divulgação/Marinha dos Estados Unidos

Um veterano da Marinha da Segunda Guerra Mundial que testemunhou o hasteamento da bandeira dos Estados Unidos em Iwo Jima, no Japão, morreu na última sexta-feira, enquanto viajava para a França para participar de um evento comemorativo do Dia D, informou uma organização de veteranos. Nascido em Nova York, nos Estados Unidos, Robert Persichitti, de 102 anos, estava entre um número cada vez menor de sua geração que ainda participava das celebrações que relembram a vitória mais significativa das forças aliadas contra os nazistas.

De acordo com a WHEC News 10, uma afiliada da NBC em Nova York, Persichitti voou para o exterior com um grupo ligado ao Museu Nacional da Segunda Guerra Mundial e um acompanhante, identificado pela organização como Al DeCarlo. Ele estava a caminho de celebrar o 80º aniversário da invasão aliada da Normandia, na França. Conhecida como Dia D, a operação é apontado por especialistas como a maior operação de desembarque anfíbio e aerotransportado de todos os tempos e que mudou o rumo da Segunda Guerra na Europa.

Persichitti sofreu uma emergência médica a bordo de um navio que ia à Normandia, onde a celebração estava sendo realizada, e foi transportado de helicóptero para um hospital na Alemanha, informou a WHEC 10. O americano tinha histórico de problemas cardíacos e, no dia anterior à sua partida para a Europa, em uma entrevista à WROC-TV, uma afiliada da CBS também em Nova York, ele disse que seu cardiologista o encorajou a ir, e que estava “muito animado” para a viagem.

Segundo Richard Stewart, presidente da Honor Flight Rochester, uma organização de veteranos à qual Persichitti pertencia, a morte dele não era esperada. Stewart afirmou que Persichitti morreu “em paz, e não morreu sozinho”. De acordo com reportagens locais, o médico tocou Frank Sinatra, o cantor favorito do veterano, em seu telefone para ele.

De acordo com a Stars and Stripes, a organização de notícias militares dos Estados Unidos, Persichitti serviu em Iwo Jima, Okinawa e Guam como operador de rádio de segunda classe no navio de comando USS Eldorado. O americano foi nomeado em 2020 para o Hall da Fama dos Veteranos do Senado do Estado de Nova York.

— Servi no Pacífico por 15 meses a bordo de um navio — disse Persichitti em uma entrevista de 2022 à WDSU, uma afiliada da NBC. — [Ajudei] em todas as comunicações para as duas operações: Iwo Jima e Okinawa.

Persichitti estava no convés do Eldorado quando testemunhou o hasteamento de uma bandeira dos Estados Unidos no topo do Monte Suribachi, em Iwo Jima, no Japão, em 23 de fevereiro de 1945, um momento retratado em uma das fotos mais famosas da história americana. Ele registrou o momento em um diário. Em 2019, o veterano retornou ao Monte Suribachi, ocasião em que disse ter “desabado”.

— Ele era apto e ereto e se movimentava, e tinha todas as faculdades de alguém que seria décadas mais jovem — disse Stewart.

Persichitti se tornou professor de escola pública em Rochester. Muito tempo depois de sua aposentadoria, ele ainda visitava salas de aula para compartilhar histórias da guerra. Em maio, ele declarou à WXXI News, uma estação da National Public Radio em Rochester, que a Segunda Guerra “não deve ser esquecida”.

Fonte: O Globo

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