Velocista classificado para revezamento do Brasil em Paris tem grave problema de visão: “Não enxerga quase nada”

Hygor Gabriel Soares recebe a medalha de prata no Troféu Brasil de Atletismo — Foto: Wagner Carmo/CBAt
Velocista potiguar conquista vaga nas Olimpíadas de ParisHygor Soares comemora vaga para os Jogos Olímpicos de Paris 2024Classificado para Paris 2024, Hygor Soares relembra início no atletismoHygor Soares conquista vaga para Paris 2024 com prata nos 100m do Troféu Brasil

Berço do samba em Natal, o bairro das Rocas tem mais um motivo para se orgulhar. De origem humilde e com grave problema na visão, o velocista Hygor Gabriel Soares, de 21 anos, vai representar o Brasil nos Jogos Olímpicos de Paris 2024. Segundo homem mais rápido do país, com a marca de 10s13, ele ganhou uma vaga para a equipe brasileira do revezamento 4x100m.

Hygor foi criado pelos avós Elione Bezerra e Haroldo Borges no bairro das Rocas, na periferia da capital potiguar. Os dois não esconderam a emoção ao receberem a notícia da conquista da vaga olímpica, na quinta-feira.

– Eu estava no supermercado quando ele ligou. Eu fiquei anestesiada. Queria gritar, chorar. Não sabia o que fazer no supermercado. Era uma alegria imensa em mim – contou.

Dona Elione confirmou a gravidade da miopia de Hygor e disse que ele tem a visão bastante comprometida.

Seu Haroldo conta que os primeiros passos de Hygor no atletismo foram dados na rua onde moram, apesar dos buracos, e destacou a dedicação e persistência do velocista desde o início no esporte.

– Eu creio que ele vai fazer muito bonito lá em Paris. Ele tem força e vontade. Um atleta das Rocas, que não era conhecido, e agora vai ficar conhecido e eu tenho muito orgulho dele.

Ainda em São Paulo, onde segue na disputa do Troféu Brasil, Hygor também se emocionou ao ver os “avós-pais” participando de uma reportagem da Inter TV e compartilhou o momento nas redes sociais.

– Essa vitória é para vocês. Meu maior sonho foi realizado, que foi realizar o sonho de vocês – escreveu.

Hygor chegou a ser atleta de futsal, mas uma professora percebeu sua velocidade e sugeriu o atletismo. Na época da escola, a especialidade era o salto em distância, com muitas medalhas e convocações para a seleção brasileira. Os 100m rasos entraram na rotina do potiguar há dois anos. Por este motivo, a prata no Troféu Brasil foi tão surpreendente.

– Não esperava. Quando eu terminei a corrida, não tinha noção de que seria convocado. Estou bastante feliz. Espero contar com a torcida de todos em Paris – falou.

Hygor, que é atleta do Projeto Atletismo Campeão, de Pernambuco, não ia nem correr os 100m rasos no Troféu Brasil e surpreendeu com a marca de 10s13.

O velocista confessou que costumar montar os treinos sozinho com a ajuda de vídeos do YouTube.

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Fonte: G1 RN

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