Ursa deixa filhote órfão ao ser sacrificada após matar mulher e invadir casa nos EUA

Urso pardo
Urso pardo — Foto: Tony Hisgett / Wikimedia Commons

Uma ursa parda que matou uma mulher em uma trilha no estado de Montana em julho, e feriu outra pessoa perto de um parque florestal em Idaho há dois anos, foi sacrificada no sábado, depois de invadir uma casa. Autoridades do departamento de Parques e Vida Selvagem de Montana informaram, na quarta-feira, que o animal foi morto devido ao seu “histórico de conflito com pessoas”.

A decisão foi tomada horas depois da ursa invadir uma residência perto de West Yellowstone, uma cidade de cerca de 1.200 habitantes que está a pouco mais de 1,5 km do Parque Nacional de Yellowstone. A ursa estava com um filhote quando entrou pela cozinha, no sábado de manhã, e pegou uma caixa com comida de cachorro, disseram as autoridades. Mais tarde, agentes de segurança capturaram o filhote e abateram a ursa a tiros. O Departamento de Vida Selvagem alegou que a decisão foi baseada na “ameaça imediata à segurança pública pelo compartamento de condicionamento alimentar da ursa”.

O filhote, que pesa 20 kg, está sendo mantido em um centro de reabilitação animal enquanto os responsáveis preparam sua transferência para um zoológico. A jornada da ursa pelos estados montanhosos de Montana e Idaho preocupava as autoridades locais, que já haviam tentado capturá-la com armadilhas varias vezes antes do ataque que resultou em uma morte, em julho.

A vítima, Amie Adamson, de 48 anos, foi vista em uma caminhada de manhã na trilha de Buttermilk, a menos de 13 quilômetros de West Yellowstone, antes do ataque, que não aparentava ser predatório. Ela estava sozinha e sem armas de fogo ou spray para espantar ursos, de acordo com autoridades. O incidente ocorreu perto de casas, acampamentos e trilhas muito utilizadas e foi considerado consequência de uma resposta defensiva do animal. O caso envolvendo o mesmo animal em Idaho ocorreu perto do Parque Henrys Lake State, em 2020.

Os moradores de Montana foram avisados, nos últimos meses, sobre o risco potencial representado pela expansão de populações de ursos no estado. As autoridades disseram aos visitantes para “ficarem atentos”.

Em alguns casos, os ursos pardos foram avistados em locais onde não eram vistos havia mais de um século, incluindo as montanhas Pryor. Os ursos pardos são uma subespécie de ursos marrons protegida pelo governo federal em todos os 48 estados submetidos à Lei de Espécies Ameaçadas. A sua expansão em Montana, disse o departamento, “aumenta as perspectivas a longo prazo de sustentabilidade populacional” para os ursos, mas também “apresenta novos desafios” para os moradores de Montana porque os animais podem danificar propriedades ou ferir pessoas.

Os ursos pardos são maiores que os ursos negros, com os adultos medindo mais de 2,5 metros de altura quando apoiados nas patas traseiras. O peso médio de um urso pardo fica entre 180 a 226 kg para os machos e de 113 e 159 kg para fêmeas. Os ursos podem correr a até 126 km/h.

No início deste ano, o departamento compartilhou fotos que mostram um urso pardo quase tão alto quanto uma cabana de madeira, com suas garras longas e curvas arranhando o telhado e as paredes. Os ataques de ursos pardos, no entanto, são raros. Desde que o Parque Yellowstone foi inaugurado, em 1872, apenas 8 pessoas foram mortas por esses animais no local, com o caso mais recente tendo ocorrido em 2015, de acordo com o Serviço de Parques Nacionais americano.

Desde 1979, 44 pessoas foram feridas por ursos pardos no parque, que recebeu mais de 118 milhões de visitantes no mesmo período. De acordo com as autoridades, “mais pessoas morreram por afogamento (125 casos) e queimaduras (ao cair em fontes termais, 23 incidentes) do que por ursos”. Mesmo assim, as autoridades dizem que o perigo é real e divulgaram dicas de proteção, como carregar e usar o spray contra ursos, viajar em grupos sempre que possível e planejar estar ao ar livre apenas durante o dia.

Fonte: O Globo

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