Um rastro de sombra sobre a Terra: veja imagem inédita do eclipse solar total

Eclipse solar total capturado por satélite da Universidade de Wisconsin, nos EUA
Eclipse solar total capturado por satélite da Universidade de Wisconsin, nos EUA — Foto: Reprodução/CIMSS

A Universidade de Wisconsin, nos Estados Unidos, divulgou uma composição inédita de 21 imagens de satélite, registradas entre 16h30 e 19h50, mostrando o rastro da sombra da lua durante o eclipse solar total do dia 8 de abril. Esse fenômeno acontece sempre que a Lua se posiciona exatamente entre o Sol e a Terra, fazendo uma sombra. Quando isso acontece, apenas observadores de alguns lugares do mundo conseguem ver o eclipse — neste último caso, o fenômeno foi visível apenas dos Estados Unidos, do México e do Canadá

O eclipse solar total visível na segunda-feira em partes do México, Estados Unidos e Canadá foi uma confluência perfeita do Sol e da Lua no céu. Mas também é o tipo de evento que tem uma data de validade: em algum momento no futuro distante, a Terra experimentará o seu último eclipse solar total.

Isso ocorre porque a Lua está se afastando da Terra. Assim, nosso vizinho celestial mais próximo um dia, milhões ou até bilhões de anos no futuro, parecerá pequeno demais no céu para obscurecer completamente o Sol.

— Só teremos eclipses anulares — explica Noah Petro, cientista planetário do Goddard Space Flight Center da NASA, referindo-se a eclipses de “anel de fogo” como o que cruzou as Américas em outubro.

Mas estabelecer uma data exata para o eclipse solar total final da Terra é um sério desafio computacional que envolve uma variedade de disciplinas científicas.

Desde que a Lua se formou, há milhões de anos, ela tem se movimentado para longe da Terra. O seu recuo resulta de suas interações gravitacionais com o nosso planeta. As marés levantadas por essa gravidade fazem com que a água dos oceanos do nosso planeta deslize sobre o fundo do mar e ao longo das bordas dos continentes. Isso cria um atrito que faz com que a Terra gire mais lentamente em torno do seu eixo, explica Mattias Green, cientista oceânico da Universidade de Bangor, no País de Gales.

A Lua se move para fora em sua órbita em resposta à desaceleração da Terra. Imagine uma patinadora artística estendendo os braços e desacelerando, disse Green. “É o mesmo princípio físico, mas ao contrário.”

Uma das primeiras pessoas a prever a expansão da órbita da Lua foi George Darwin, um dos filhos de Charles Darwin. Mas a sua hipótese, publicada em 1879 , não seria verificada até que os astronautas americanos e os rovers robóticos soviéticos deixassem dispositivos conhecidos como retrorrefletores na superfície da Lua.

Após centenas de milhões de anos, a Lua irá diminuir de tamanho no céu. Em algum momento, ela parecerá pequena demais para bloquear completamente o Sol, e os eclipses solares totais se tornarão uma coisa do passado.

Para calcular a data do último eclipse solar total, é importante lembrar que tanto a órbita da Lua em torno da Terra quanto a órbita da Terra em torno do Sol são elípticas. Isso significa que as distâncias entre a Terra e a Lua e entre a Terra e o Sol não são constantes.

O último eclipse solar total ocorrerá quando a lua de maior aparência mal cobrir o sol de menor aparência. Um pouco de matemática envolvendo produz uma estimativa para essa eventualidade de aproximadamente 620 milhões de anos.

Fonte: O Globo

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