TSE alerta para necessidade de monitorar atuação do crime organizado nas eleições

Na manhã desta terça-feira (10), o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Gilmar Mendes, se reuniu com o ministro da Defesa, Raul Jungman, para falar sobre a necessidade de atuação das instituições para monitorar a atuação do crime organizado no financiamento das eleições.

Em entrevista a jornalistas após a reunião, o ministro Gilmar Mendes lembrou que, em 2016, quando foi aplicada pela primeira vez a regra de financiamento exclusivo por pessoas físicas, do total de 730 mil doadores, 300 mil apresentaram problemas apontados pela Receita Federal. Entre esses problemas, há o fato de alguns doadores não possuírem receita condizente com a doação e, inclusive, alguns eram beneficiários do programa Bolsa Família.

“O que isso sugere? Que está havendo o uso de laranjas, de caça CPFs, e, certamente, nesse contexto, nós temos que ter preocupação com o crime organizado, que já dispõe do dinheiro ilícito e faz a distribuição”, explicou o presidente do TSE. Ele lembrou que, nas eleições passadas, foram registrados casos no Rio de Janeiro, principalmente na Baixada Fluminense, que mostraram o envolvimento do crime com as eleições.

“Para colocar urnas em determinados locais, por exemplo, na região da Maré, precisamos de blindados da Marinha, então, questionamos qual a liberdade que o eleitor desses locais tem para votar? Nós precisamos prestar atenção nisso e também no resultado das eleições na região. Quem são os representantes dessas áreas? Como que se financia e como que se vota nesses locais?”, questionou o ministro ao lembrar que o Rio de Janeiro não foi o único local a registrar essas ocorrências.

Ele citou o caso do Maranhão, onde agiotas estavam recebendo dinheiro do crime organizado para financiar as eleições, e também do Amazonas, onde houve notícia de que alguns prefeitos foram eleitos com ajuda do narcotráfico.

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