Testemunha diz que idoso morto levado à agência bancária “não piscava”

Devido o acesso à agência bancária por carro ser difícil, Erika teria pedido ao motorista para parar no shopping -  (crédito: Reprodução/Camera de Segurança)
Devido o acesso à agência bancária por carro ser difícil, Erika teria pedido ao motorista para parar no shopping - (crédito: Reprodução/Camera de Segurança)

Casal que dividiu o elevador com Erika de Souza Vieira Nunes, suspeita de levar o idoso, Paulo Roberto Braga já morto para pegar um empréstimo de R$17 mil em um banco, na terça-feira (16/4), afirmou que ela recusou ajuda para tirar o tio do carro de aplicativo. A professora Tânia Mara Setúbal e o mecânico Iran Setúbal aparecem nas imagens das câmeras de segurança do Real Shopping, próximo à agência bancária em Bangu. 

Devido o acesso à agência bancária por carro ser difícil, Erika teria pedido ao motorista para parar no shopping. Nesta sexta-feira (19/4), em entrevista ao Encontro com Patrícia Poeta, o casal contou que perceberam a dificuldade de Erika em transferir o idoso do banco do carona para a cadeira de rodas.

“Eu vi que eles estavam com dificuldade de tirar o senhor de dentro do carro. Então eu falei [para o marido]: ‘Amor, vê se a senhora precisa de uma ajuda’. Ele foi lá, e ela [Erika] falou para ele: ‘Não precisa de ajuda não, porque eu já estou acostumada com essa situação’”, lembrou Tânia.

No elevador, Tânia disse que a mulher permaneceu calada e que o idoso estava paralisado. “Ele realmente estava com a vista fixa, não piscava, e com a boca um pouquinho aberta. Até comentei com meu marido: ‘Eu acho que ele deve ter tido um AVC’”, esclareceu a professora.

Segundo laudo do IML, Paulo morreu entre as 11h30 e as 15h20 de terça-feira, portanto, não é possível afirmar se ele morreu antes de entrar na agência bancária para onde foi levado ou se faleceu quando já estava no local. “É indiferente se ele morreu dentro ou fora do banco. O fato é que ela, vendo que ele já não respondia a estímulos, insistia no empréstimo, segurava a caneta para ele assinar. Isso caracteriza a fraude”, disse o delegado Fábio Souza, que investiga o caso.

Erika permanece presa pelos crimes de fraude e vilipêndio a cadáver, e aguarda julgamento.

*Estagiária sob supervisão de Jaqueline Fonseca

Fonte: Correio Braziliense

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