O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), tentou esfriar a crise entre a Polícia Civil e a Polícia Militar de São Paulo. Em leilão na B3, na capital paulista, ele afirmou não existir “racha” entre as duas forças. A insatisfação de policiais civis do estado veio com a intenção do governo paulista de ampliar as atribuições da Polícia Militar (PM), permitindo que seus agentes registrem crimes de menor potencial ofensivo, conforme mostrou O GLOBO.
— Não existe racha entre as polícias. Pode ficar tranquilo. Eles vão trabalhar integrados como vêm trabalhando. A Polícia Civil tem feito um grande trabalho e vai continuar fazendo um grande trabalho. — afirmou Tarcisio, em coletiva a jornalistas.
A nova medida, em análise pela Secretaria de Segurança Pública, autoriza a Polícia Militar a elaborar o chamado “termo circunstanciado”, que é um registro destinado a ocorrências de baixa gravidade, o que era, até aqui, atribuição exclusiva da Polícia Civil. Segundo Tarcísio, a mudança foi negociada com a direção da Polícia Civil e “não gera nenhum desconforto” com a corporação:
— Não é uma questão de dar mais poder, é uma questão de melhorar o policiamento ostensivo. O que a gente está preocupado é ter mais gente na rua e não perder tempo. Não desmobilizar uma guarnição para ter que cumprir essa questão do BO. — acrescentou o governador.
A medida, se levada adiante, vai permitir que policiais militares cumpram diligências do Ministério Público e da Justiça. Os PMs também poderão zelar pelo material apreendido em serviço. Se necessário, também poderão encaminhá-lo para perícia e fazer a remessa dos resultados aos Juizados Especiais. A leitura de representantes da Polícia Civil é que a mudança sobrecarrega a Polícia Militar, enquanto esvazia a corporação.
Segundo Tarcísio, a autorização já foi feita em outros estados do país e “não é nova”. Ele também aproveitou para elogiar a Polícia Civil e afirmou que a corporação vai continuar a fazer “um grande trabalho”. O governador ainda prometeu avançar na reestruturação da carreira de policiais civis e promover a abertura de concursos para aumentar o efetivo.
— Não há crise nenhuma, problema nenhum e é um passo importante. Eles vão trabalhar integrados como vêm trabalhando. — enfatizou.
Tarcísio participou, nesta sexta-feira, de leilão da Emae, na Bolsa de Valores de São Paulo. A companhia de geração de energia foi arrematada por R$ 1,4 bilhão, na primeira privatização do governo paulista.
Fonte: O Globo