O site russo Russian Times divulgou neste sábado um vídeo que supostamente mostra declarações de um dos presos por fazer um ataque que deixou 133 mortos e centenas de feridos na casa de shows Crocus City Hall, próximo a Moscou, nesta sexta-feira. Nas imagens, o homem diz que recebeu 500 mil rublos, o equivalente a US$ 5,4 mil ou cerca de R$ 27 mil.
As imagens mostram um homem de barba deitado no chão com a barriga para baixo e as mãos algemadas atrás do corpo. Segurado pelos cabelos, ele responde a perguntas feitas por oficiais russos. Segundo a tradução do “Russian Times”, o homem afirma que cometeu o crime “por dinheiro”. De acordo com ele, metade do valor já havia sido transferida para seu cartão de débito.
A descrição do site dá conta de que o suspeito fala com dificuldade em russo. Ele teria contado aos oficiais que foi procurado pelos mandantes via Telegram há cerca de um mês e que nunca os encontrou pessoalmente.
Horas depois do atentado, o grupo terrorista Estado Islâmico (EI) assumiu a autoria do ataque. Desde a saída dos EUA do Afeganistão — onde o grupo concentra suas maiores forças — e do início da guerra na Ucrânia, os extremistas têm incitado seus apoiadores a realizarem ações contra os russos, e vinham demonstrando ter meios de atacar a Rússia.
Mais de 10 pessoas foram presas após o ataque, informou as agências de notícias russas Tass e Ifax neste sábado. Segundo o governo russo, quatro estariam diretamente envolvidos na ação.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, acusou a Ucrânia de envolvimento no atentado terrorista. De acordo com Putin, quatro terroristas contariam com a colaboração das autoridades de Kiev — que negam qualquer envolvimento com o atentado.
— [Os suspeitos detidos] se dirigiam para a Ucrânia onde, de acordo com dados preliminares, foi preparada uma ‘janela’ para eles atravessarem a fronteira —afirmou o presidente russo durante um pronunciamento televisionado, no qual classificou o atentado como um “ato terrorista selvagem” e prometeu que todos os responsáveis serão “punidos” e “não terão um destino invejável”.
O assessor presidencial ucraniano, Mikhaílo Podoliak, negou a acusação russa. “As versões dos serviços especiais russos sobre a Ucrânia são absolutamente insustentáveis e absurdas”, escreveu Podoliak na rede social X.
Fonte: O Globo