O primeiro superiate movido a hidrogênio do mundo, que teria sido supostamente encomendado por Bill Gates, está oficialmente à venda e pronto para fazer sua primeira viagem em alto mar. Apelidado de Projeto 821, a embarcação de 119 metros foi projetada para funcionar com hidrogênio “verde”, que é produzido pela divisão da água em hidrogênio e oxigênio usando energia renovável. O navio, que custa em torno de U$ 656 milhões (aproximadamente R$ 3 bilhões ), possui dois quartos, uma academia, e dois banheiros e já fez sua primeira viagem percorrendo uma pequena área do Mar do Norte, próximo aos Países Baixos.
O navio de luxo, conhecido como “o primeiro superiate ecologicamente correto do mundo”, levou mais de cinco anos para ser construído, desde o design até a conclusão, com adições personalizadas para o comprador final ainda a serem feitas. Ao contrário dos iates tradicionais que dependem de motores a diesel ou outros meios de propulsão baseados em combustíveis fósseis, os iates a célula de combustível de hidrogênio usam o elemento qímico como sua principal fonte de combustível. O gás hidrogênio (H2) reage com o gás oxigênio (O2) produzindo apenas eletricidade e água pura: H2O.
De acordo com o site oficial da Feadship, o combustível líquido de hidrogênio do navio requer aproximadamente oito a 10 vezes mais espaço de armazenamento do que o combustível diesel tradicional para uma quantidade equivalente de energia. Mas, para além de uma embarcação projetada com “consciência ambiental”, o Projeto 821 também atende ao seu mercado de elite de navegadores ricos com uma variedade de requisitos de “superyate”.
O navio tem cinco decks acima da linha d’água e dois abaixo do nível do mar. Possui 14 varandas, sete plataformas retráteis, uma piscina, uma jacuzzi, uma sala de vapor, dois quartos, duas banheiras, uma academia em casa, despensa e dois escritórios, cada um com lareira. Além disso, o navio vem com espaço para o proprietário estocar uma biblioteca completa.
Em 2020, rumores apontavam que a Feadship, empresa conhecida por construir iates de luxo, e a Sinot Yacht Architecture & Design, especialista em design de embarcações, haviam sido contratadas pelo bilionário Bill Gates para construir o “eco-iate” movido a hidrogênio. Na época, nenhuma prova da participação do fundador da Microsoft na construção da embarcação foi encontrada.
O veículo especializado na indústria de iates, BOAT International, publicou na época das especulações uma declaração da Sinot negando qualquer acordo com Gates. A empresa de design também deu entrevistas para os veículos The Guardian e Sunday Telegraph afirmando que as reportagens que ligavam o projeto ao bilionário estavam “factualmente incorretas”. A Feadship, responsável pela construção do navio, se recusou a comentar o caso, afirmando para a BOAT International que “não comenta sobre seus clientes”.
Fonte: O Globo