STJ prorroga prisões e cheques do governador Robinson foram apreendidos

Da Tribuna do Norte – O ministro Raúl Araujo, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), prorrogou pela segunda vez, por mais cinco dias, as prisões temporárias de Adelson  Freitas e Magaly Cristina. Eles foram presos há uma semana durante a Operação Anteros, da Polícia Federal. O novo pedido de prorrogação foi feito pelo Ministério Público Federal (MPF). A primeira prorrogação terminaria ontem. Agora, eles ficam presos até a segunda-feira (28).

As prorrogações das prisões temporárias estão sendo pedidas pela Procuradoria Geral da República e concedidas pelo ministro do STJ porque o material apreendido nas buscas e apreensões realizadas pela Polícia Federal (PF) na operação “Anteros” ainda está sob análise. As mídias, smartphones e documentos encontrados estão nas mãos de peritos, que fornecerão as informações necessárias à investigação. Entre o material estão cheques assinados pelo governador Robinson Faria (PSD), que estavam sob o poder de Adelson Freitas dos Reis e Magaly Cristina da Silva.

Para a Polícia Federal e o procurador-geral de Justiça, Rodrigo Janot, a prorrogação das prisões de Adelson Freitas e Magaly Cristina é necessária para ampliar as oitivas dos dois devido ao conteúdo encontrado nas buscas e apreensões. O material, de acordo com a decisão do ministro do STJ, era suficiente para que a prisão fosse mantida por mais tempo.

Segundo a Polícia Federal, é necessário a análise do conteúdo apreendido para que se comprove a materialidade e autoria dos possíveis crimes praticados pelos investigados. A PF citou HDs, smartphones, tablets, pendrives, planilhas e cheques que necessitam de “atenção minuciosa” dos peritos. 

O procurador Rodrigo Janot, por sua vez, foi mais incisivo e específico no pedido. Na justificativa do procurador para solicitar a prorrogação das prisões, ele explicou que a coleta da prova oral ainda não se encerrou, uma vez que é necessário, agora, confrontar os suspeitos com as provas encontradas na busca e apreensões realizadas na operação Anteros. Além das conversas através do Whatsapp e de arquivos contendo tabelas, Janot citou cheques com a assinatura do governador Robinson Faria. 

“As mídias precisam da extração de todos os dados pelo setor de perícia, resguardando a cadeia de custódia das provas adquiridas e, somente após a disponibilidade técnica desse material, é que será possível a análise de conteúdos encontrados nos aparelhos celulares, smartphone, HD e pendrives”. A decisão é fundamental, segundo a PGR, para evitar interferências que o governador Robinson Faria “costuma articular”. 

Com base nos argumentos, o ministro Raul Araújo concordou que seria necessária a manutenção das prisões de Adelson Freitas e Magaly Cristina para que ambos fossem ouvidos com relação às provas colhidas e que não pudessem combinar depoimentos para falar sobre o material apreendido. 

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