Startup usa tecnologia para atendimento a saúde em rincões no Brasil

Unidade móvel de Saúde: startup leva saúde especializada para rincões do país
Unidade móvel de Saúde: startup leva saúde especializada para rincões do país — Foto: Divulgação

Desenvolver cidades inteligentes pressupõe tornar acessíveis os serviços básicos prestados ao cidadão, como é o caso da saúde. Mas alcançar esse objetivo num país de dimensão continental como o Brasil não é tarefa simples. O brasileiro se desloca em média 72 quilômetros para ter acesso a atendimentos ou procedimentos de saúde de baixa e média complexidade, segundo o IBGE. É neste cenário que a tecnologia tem sido uma aliada para levar atendimento até áreas remotas, contou Sabine Zink, cofundadora da SAS Brasil, durante o seminário.

Há cerca de dez anos sua startup leva saúde especializada para rincões do país. A empresa deu um salto na pandemia, ao lançar o serviço de consulta médica a distância. De 2020 para cá, mais de 70 mil atendimentos já foram realizados via telemedicina. Enquanto a Covid ainda ceifava vidas e a vacina ainda não chegava, SAS Brasil atendeu a população da Maré e de Manguinhos, além de comunidades em São Paulo.

Apresentação na ONU

Ainda assim, a falta de sinal de internet foi um desafio para atender quem vivia em comunidades. Para contornar isso, a startup instalou cabines de telemedicina avançadas para atender quem não conseguia acessar a consulta por meio do próprio telefone. Nos pequenos municípios, a SAS Brasil treinou enfermeiras para operar exames com o acompanhamento remoto de obstetra, evitando deslocamentos.

— É preciso inovação que perceba os desafios sociais. Ou vamos alavancar a desigualdade já existente — diz Sabine.

A preocupação com a emissão de poluentes no setor da saúde é outra questão que está sendo endereçada pela SAS. A startup desenvolveu uma plataforma chamada CompenSAS que calcula o crédito de carbono na telessaúde. A interface de programação pode ser plugada a qualquer sistema de telemedicina, mensura quantos quilômetros de viagem foram evitados por meio da saúde digital e, consequentemente, quanto de CO2 deixou de ser emitido. Em um ano, 10 milhões de quilômetros de deslocamento já foram evitados a partir dos atendimentos via telemedicina, diz a executiva.

A plataforma será apresentada a 150 países no próximo dia 29 de maio durante a Assembleia Mundial da Saúde (AMS), parte integrante do sistema da Organização das Nações Unidas (ONU).

Segundo Sabine, a meta de médio prazo da startup é utilizar a pegada de carbono medida pela CompenSAS para gerar créditos no mercado voluntário e, assim, aproveitar os recursos para a área da saúde.

— Estamos na fase de buscar investimentos para certificar a metodologia. Uma vez certificada, podemos comercializar o crédito de carbono. Temos um potencial de receita de R$ 2 por consulta hoje, e que pode ser direcionado inclusive para o SUS.

Fonte: O Globo

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