“Só o amor vence o cansaço”, diz Dom Antônio Carlos em sua mensagem de Ano Novo

Minha gente, 2020 está chegando. Para que um ano seja de fato novo, é necessário que renasçamos Naquele que renova todas as coisas, o Menino que nos foi dado. O mestre Drummond já nos dissera: “Para ganhar um ano novo que mereça este nome, você, meu caro, tem de merecê-lo, tem de fazê-lo de novo, eu sei que não é fácil, mas tente, experimente, consciente. É dentro de você que o Ano Novo cochila e espera desde sempre”.

Como epitáfio desse ano que declina, como oráculo da aurora de 2020 torno minhas as palavras do papa Francisco em parte do discurso à Cúria Romana na apresentação dos votos natalinos, em 21 de dezembro de 2019:

“Queridos irmãos e irmãs!

Trata-se de grandes desafios e de equilíbrios necessários, muitas vezes não fáceis de alcançar pelo simples facto de que, na tensão entre um passado glorioso e um futuro criativo e em movimento, se encontra o presente no qual há pessoas que necessariamente precisam de tempo para amadurecer; há circunstâncias históricas a gerir na vida quotidiana, porque, durante a reforma, o mundo e os acontecimentos não param; há questões jurídicas e institucionais que se hão de resolver gradualmente, sem recurso a fórmulas mágicas nem a atalhos.

Há, finalmente, a dimensão do tempo e existe o erro humano, que não é possível nem correto ignorar, porque fazem parte da história de cada um. Ignorá-los significa fazer as coisas, abstraindo da história dos homens. E ligada a este difícil processo histórico, há sempre a tentação de se retirar para o passado (mesmo usando novas formulações), porque mais tranquilizador, conhecido e seguramente menos conflituoso. Mas também isto faz parte do processo e do risco de iniciar mudanças significativas.

Aqui é necessário advertir contra a tentação de assumir a atitude da rigidez. Esta nasce do medo da mudança e acaba por disseminar estacas e obstáculos pelo terreno do bem comum, tornando-o um campo minado de incomunicabilidade e ódio. Lembremo-nos sempre de que, por trás de qualquer rigidez, jaz um desequilíbrio. A rigidez e o desequilíbrio nutrem-se, mutuamente, num círculo vicioso. E hoje esta tentação da rigidez tornou-se tão atual.
Queridos irmãos e irmãs!

O cardeal Martini, na última entrevista dada poucos dias antes da sua morte, disse palavras que nos devem interpelar: «A Igreja ficou atrasada duzentos anos. Como é possível que não se alvorace? Temos medo? Medo, em vez de coragem? No entanto, a fé é o fundamento da Igreja. A fé, a confiança, a coragem. (…) Só o amor vence o cansaço».

O Natal é a festa do amor de Deus por nós. O amor divino que inspira, dirige e corrige a mudança e vence o medo humano de deixar o «seguro» para se lançar no «mistério».”
Feliz 2020!

De peito aberto,
Com ternura e vigor,
No Coração de Jesus,

+Antonio Carlos Cruz Santos, msc
(Maristelo)

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