Sesap confirma que quadro da Covid-19 no Seridó se agravou nas últimas semanas

Os números da covid-19 no Rio Grande do Norte retratam um cenário preocupante para a Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap/RN). Se em 1º de junho de 2020, até então o pior momento provocado pela doença no território potiguar, eram 787 casos, um ano depois o Estado vivencia um novo platô com variação de 1.000 a 1.200 casos confirmados por dia.

O primeiro Boletim Epidemiológico desse mês de junho mostrou que maio terminou com novos 1.259 casos, totalizando 269.685, e 11 óbitos confirmados num único dia. Já a média móvel de solicitações para um leito crítico é de 133 pacientes, 95 só para a região metropolitana.

O enfermeiro sanitarista do setor de Apoio Técnico Covid-19 da Sesap, Thialisson Ribeiro, frisou que a situação crítica tem se intensificado nos municípios. “Esperamos que a população compreenda que estamos vivendo um momento ainda muito crítico e poderemos chegar talvez a um pior momento ainda.

Quando avaliamos o Indicador Composto, verificamos que mais de 50% dos municípios apresentam-se em risco, 22% em risco elevado e quatro municípios em risco extremo. Todas as regiões do Estado preocupam de forma semelhante, algumas se agravaram mais nas últimas semanas, como a região do Seridó. Entretanto, todas estão em estágio considerado crítico”, alertou.

O Indicador Composto cruza 9 variáveis, incluindo internações e óbitos em leitos críticos, taxa de casos ativos, incidência no público de 18 a 59 anos e razão de testes positivos.

Thialisson Ribeiro ressaltou que existe dificuldade na aquisição de insumos, cansaço da população devido à longevidade da pandemia, assim como para os profissionais da saúde, desde a linha de frente até os gestores. “O Governo do Estado sempre estimulou o distanciamento social, através dos seus decretos, e as medidas recomendadas pela OMS – Organização Mundial de Saúde. Entretanto, algumas medidas que caracterizavam alguma flexibilização foram necessárias por entender que não se poderia mantê-las de forma mais rígida e permanente”, pontuou.

A preocupação aumenta porque, atualmente, seis novas variantes do vírus estão em circulação no Rio Grande do Norte e há dois casos suspeitos da nova cepa B1.617 (indiana). Analisando todo o contexto da pandemia, o sanitarista destacou que o caminho mais efetivo para controlar a doença será agilizar a vacinação, mas isso depende do Governo Federal.

“Temos visualizado a importância da vacinação e a sua eficácia com o baixo número de óbitos na faixa etária mais idosa, a qual possui uma maior cobertura vacinal. É importante ressaltar que uma boa cobertura vacinal depende de um bom quantitativo de pessoas vacinadas e para isso, a população precisa ter acesso à vacinação, assim como as pessoas precisam aderir à vacinação”, concluiu Thialisson Ribeiro.

Da Tribuna do Norte

© 2024 Blog do Marcos Dantas. Todos os direitos reservados.
Proibida a reprodução total ou parcial do conteúdo deste site sem prévia autorização.