Sem acordo com o governo, professores de mais cinco universidades federais devem entrar em greve até quinta-feira

Greve das universidades federais
Greve das universidades federais — Foto: Cristiano Mariz/18.04.2024

Professores de mais cinco universidades federais inteiras, de um campus da UFCG e de um Cefet devem entrar em greve até esta quinta-feira, informou o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes). Além disso, até a próxima segunda-feira, docentes de outras três já decidiram que também vão aderir à paralisação por reajustes salariais caso não haja acordo com o governo, o que é improvável de acontecer até esta data.

No último dia 26, tanto os professores, quanto os técnicos-administrativos federais negaram a proposta do governo de reajuste. As duas categorias agora aguardam novas rodadas de negociação. Representantes de seus movimentos sindicais afirmam que a expectativa é de que esses encontros sejam marcados até esta sexta-feira para serem realizados na próxima semana.

Com essas oito instituições, subirá para 41 o número de universidades federais em greve por conta das reivindicações dos professores. Além disso, ainda há cinco institutos federais e um Cefet.

Considerando também o movimento dos técnicos administrativos, atualmente são pelo menos 52 universidades, 79 institutos federais (IFs) e 14 campus do Colégio Pedro II estão em greve. Parte pela mobilização dos docentes, parte pela dos técnicos e outra parte pelas duas categorias.

A última proposta do governo, feita em 19 de abril, foi idêntica aos dois sindicatos: 9% em janeiro de 2025 e mais 3,5% em maio de 2026. A reivindicação dos técnicos administrativos é de 37% de reajuste em três anos. O impacto dessa medida é de R$ 8 bilhões. Já o dos professores é de 22%, ainda sem impacto divulgado. Nos dois casos, com aumentos já em 2024.

Adere em: 1º de maio

Adere em: 2 de maio

Adere em: 5 de maio

Adere em: 6 de maio

De acordo com Daniel Farias, da Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-administrativos em Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil (Fasubra), a proposta gerou revolta na categoria. Isso porque ela ficou aquém do esperado pelos grevistas e especialmente pela outra categoria, a dos docentes, receber um percentual idêntico.

— Em 2015, houve reajuste aos docentes que não chegou aos técnicos. Por isso, estamos com os salários ainda mais defasados. Somos a maior categoria do funcionalismo público e temos os menores salários — afirma Farias, que ocupa a coordenação Jurídica e de Relações de Trabalho da Fasubra.

Entre os técnicos administrativos, há cinco níveis salariais: do A (funções como porteiro, auxiliar de serviços gerais) ao E (psicólogos, assistentes sociais, biólogos, administradores, etc). A variação de remuneração base vai de R$ 1,5 mil a R$ 4,3 mil. A maior parte da categoria (70%) está concentrada nos níveis E e D (profissões de nível médio, como técnico administrativo e auxiliar de enfermagem, com salários base de R$ 2,3 mil).

— Os 9% de um docente, que recebem em torno de R$ 20 mil, já dão cerca de R$ 1,5 mil. Foi uma proposta indecorosa do governo — afirmou.

Em nota, o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos informou que a reestruturação de carreiras na área de Educação é um compromisso prioritário do governo, que a proposta apresentada somados ao aumento concedido em 2023 significa “um reajuste total de 23% para técnicos administrativos e docentes durante o governo Lula” e que repõe “não só toda a inflação projetada para o período de 2023 a 2026, estimada em torno de 16%, como também uma parcela importante da inflação dos governos passados, que não negociavam e não aportaram nenhum reajuste para o funcionalismo público”. A pasta também afirma que “segue aberto ao diálogo com os servidores da área de educação e de todas as outras áreas”.

A reestruturação de carreiras na área de Educação é um compromisso prioritário do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos. Em 19/4 o governo apresentou uma proposta convergente com o relatório do Grupo de Trabalho formado por representantes dos Ministérios da Educação e da Gestão, das universidades e instituições de ensino, além de entidades sindicais representantes dos servidores do Plano de Carreira dos Cargos Técnico-Administrativos em Educação (PCCTAE).

A proposta prevê a concessão de um reajuste de 9,0% em janeiro de 2025 e de 3,5% em maio de 2026. A novidade é que os reajustes inicialmente propostos (de 4,5% em maio de 2025 e maio de 2026) foram transformados em uma única parcela de 9% e antecipados para janeiro de 2025 e foi acrescido mais 3,5% em 2026. Isso significa que, somados ao aumento concedido em 2023, de 9%, assegura-se, no mínimo, um reajuste total de 23% para técnicos administrativos e docentes durante o governo Lula. É uma proposta que repõe não só toda a inflação projetada para o período de 2023 a 2026, estimada em torno de 16%, como também uma parcela importante da inflação dos governos passados, que não negociavam e não aportaram nenhum reajuste para o funcionalismo público.

O Ministério da Gestão segue aberto ao diálogo com os servidores da área de educação e de todas as outras áreas.

*Fonte: Andes

Fonte: O Globo

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