Uma aula preparada pela Secretaria estadual de Educação de São Paulo utilizou um vídeo do Movimento Brasil Livre (MBL) Estudantil como material pedagógico. A gravação consta em um slide preparado para estudantes do 2º ano do ensino médio. Procurada, a pasta informou que o material já foi editado e que vai apurar o caso.
“A Secretaria da Educação informa que a referida aula foi retirada da plataforma e seu conteúdo completamente editado a fim de se adequar aos protocolos pedagógicos da rede. Uma apuração preliminar foi instaurada para responsabilizar os envolvidos e um novo protocolo de revisão de aulas e demais conteúdos foi estabelecido”, afirma a nota.
O MBL Estudantil é um braço do MBL, lançado em 2019, para rivalizar com a União Nacional de Estudantes (UNE) e combater uma alegada “doutrinação” de professores em sala de aula. O vídeo utilizado pela secretaria faz parte da 5ª aula de Língua Portuguesa chamada “Ler para conhecer: protagonismo na escola I”.
Nele, uma apresentadora explica para que servem os grêmios escolares, a importância deles e comemora a expansão de membros do MBL Estudantil nas escolas brasileiras. “Temos oito grêmios estudantis que os nossos alunos já ganharam, distribuídos por todo o país”, afirma. A gravação foi publicada no canal do MBL Estudantil em 2019.
Esses slides de aulas são produzidos pela secretaria como uma sugestão ao professor, que pode editar o material se desejar. É esse mesmo material que passará por testes para serem produzidos por inteligência artificial a partir de junho deste ano para as aulas do próximo semestre. De acordo com a secretaria, a aula com o vídeo do MBL não foi produzida por IA.
Depois da alteração, foi utilizado no lugar do material do MBL um vídeo da própria Secretaria estadual de São Paulo. Ele apresenta a visão de diferentes estudantes que participam de grêmios na rede.
Fonte: O Globo