Saúde prorroga por mais 30 dias comitê gestor de hospitais federais

Ampliação das internações hospitalares registra um aumento de 22%, enquanto os atendimentos ambulatoriais aumentaram em 10% ao comparar os dados de 2022 com 2023 -  (crédito: EBC)
Ampliação das internações hospitalares registra um aumento de 22%, enquanto os atendimentos ambulatoriais aumentaram em 10% ao comparar os dados de 2022 com 2023 - (crédito: EBC)

O Ministério da Saúde anunciou, nesta terça-feira (23/4), a prorrogação por mais 30 dias do Comitê Gestor estabelecido em março para liderar os esforços de reformulação dos hospitais federais no Rio de Janeiro. A decisão surge em meio a uma crise na saúde pública fluminense, que ganhou destaque no início deste ano devido à situação precária dos hospitais federais.

Em coletiva, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, esclareceu que, em relação à distribuição dos hospitais, ainda não existe um plano concreto e que as informações veiculadas pela imprensa não são originárias do governo. Nísia ainda reiterou o compromisso do governo federal em coordenar um programa de reconstrução dos hospitais com o apoio do Sistema Único de Saúde (SUS).

“Não existe distribuição dos hospitais. Isso foi uma notícia veiculada pela imprensa, não partiu de nós. O governo federal não abrirá mão de coordenar um programa de reconstrução desses hospitais e fará isso com apoio do SUS. Modelos de gestão definitivos serão detalhados dentro deste programa, após uma fase de análise e diálogos. Nós não vamos precipitar essa questão, em respeito a população do Rio de Janeiro”, afirmou Nísia.

A ministra ainda detalhou plano do ministério para a reconstrução e fortalecimento dos hospitais federais, reconhecendo a urgência das intervenções. “Estamos em uma fase de agir, no contexto das emergências, mas também queremos avançar nesse programa de fortalecimento, pensando em ações que sejam bastante estruturantes para estes hospitais”.

Um panorama da situação encontrada no início da gestão governamental foi apresentado, revelando que os hospitais federais tiveram uma perda alarmante de qualidade assistencial, estimada em 45%, além de registrar uma taxa de ocupação hospitalar inferior a 60%. O fechamento e redução de serviços foram alarmantes, com 593 leitos desativados, incluindo unidades de terapia intensiva (UTIs), enfermarias, centros cirúrgicos e emergências interditadas. Além da redução de 1.693 servidores estatutários, entre 2018 e 2022, resultou na suspensão de cirurgias e consultas ambulatoriais, levando a quase 20 mil pacientes aguardando em filas cirúrgicas.

Diante das complicações, foram apresentados os resultados de medidas já implementadas pelo ministério, que demonstraram resultados positivos. A ampliação das internações hospitalares registrou um aumento de 22%, enquanto os atendimentos ambulatoriais aumentaram em 10% ao comparar os dados de 2022 com os de 2023. Segundo o Ministério da Saúde, a reabertura de 300 leitos em 2023 e a contratação de 294 profissionais contribuíram para mitigar os impasses de hospitais federais. Apesar dos esforços, problemas de gestão e administração persistem, o que levou à criação do Comitê Gestor para fazer uma “intervenção” nos seis hospitais federais do estado, por meio de uma portaria.

Fonte: Correio Braziliense

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