A deputada federal Tabata Amaral (PSB-SP) disse entrevista ao Poder360 nesta 4ª feira (8.mai.2024) que o Governo de São Paulo deve ter mais votos no comitê da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) e reafirmou ser contra o modelo de privatização que foi apresentado e votado pela Câmara Municipal.
Amaral disse que o atual projeto faz com que a capital perca dinheiro e que o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), apoiou a privatização em troca de apoio político do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) nas eleições municipais. Ela também é pré-candidata à Prefeitura de São Paulo.
“Quando a gente olha para a forma como o contrato está se colocando, São Paulo está abrindo mão de investimentos, de votos nos comitês que estão sendo criados. Então meu 1º questionamento é: São Paulo, do tamanho que tem, com a importância que tem, tem que apitar mais”, disse a deputada.
A congressista também afirmou que o valor da venda da empresa mista, cuja venda pode girar em torno de R$ 15 bilhões, deve ficar em São Paulo por concentrar boa parte da população do Estado e pela necessidade de investimentos maciços na rede de saneamento básico.
“A gente tem hoje uma população inteira, que deveria estar pagando até 3 vezes menos na conta de água porque está na tarifa social ou na tarifa vulnerável. Mas não tem acesso a isso, porque não é automático e é uma burocracia danada”, disse.
Segundo a deputada, o governo do Estado sinalizou ser favorável a esse ponto e definiu que pessoas que integrem o CadÚnico (Cadastro único) tenham acesso a uma tarifa reduzida de forma automática
Tabata Amaral apresentou uma série de recomendações ao Governo de São Paulo sobre pontos da proposta de privatização. Dentre elas, a deputada citou o fim do corte de água no período noturno nas periferias da cidade ou o pagamento de uma taxa de ressarcimento aos usuários que sofrerem os cortes.
“Não se trata de uma posição dogmática. Eu espero que São Paulo tenha a partir do próximo ano alguém com tamanho para defender a cidade de São Paulo, porque hoje o prefeito está abrindo mão de tudo isso em troca de apoio político do governador”, declarou.
Assista à entrevista completa (32m45s):
A Câmara Municipal de São Paulo aprovou com 37 votos favoráveis a privatização da Sabesp. O texto foi sancionado pelo prefeito Nunes, suspendido pela Justiça, mas depois restituído pelo presidente do TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo).
Fonte: Poder360