Rússia expulsa dois diplomatas americanos do país por suspeita de espionagem

Bandeira russa ao lado da embaixada dos Estados Unidos em Moscou
Bandeira russa ao lado da embaixada dos Estados Unidos em Moscou — Foto: NATALIA KOLESNIKOVA / AFP, em 15-04-2021

A Rússia anunciou nesta quinta-feira a expulsão de dois diplomatas americanos do país. Eles são acusados de terem atuado como “elo de ligação” com Robert Shonov, um ex-funcionário russo que foi preso no início do ano. Shonov foi acusado de coletar ilegalmente informações sobre a guerra na Ucrânia e de repassá-las a autoridades americanas.

De acordo com o Ministério das Relações Exteriores russo, os dois diplomatas declarados “persona non grata” são o primeiro e o segundo secretários da embaixada dos Estados Unidos em Moscou, Jeffrey Sillin e David Bernstein. Eles “devem deixar o território russo dentro de sete dias”, informou o ministério em comunicado.

Shonov é acusado de “cooperação confidencial com um Estado estrangeiro” porque “foi-lhe confiado tarefas em troca de remuneração financeira com o objetivo de minar a segurança nacional da Rússia”, continuou o ministério. Lynne Tracy, embaixadora dos EUA em Moscou, foi convocada nesta quinta-feira ao Ministério dos Negócios Estrangeiros russo e informada desta decisão.

“As atividades ilegais da missão diplomática americana, incluindo a interferência nos assuntos internos do país anfitrião, são inadmissíveis”, acrescentou o serviço diplomático russo.

O Serviço Federal de Segurança (FSB, em inglês) relatou que as acusações contra Shonov, que foi detido em maio, chegam a uma pena de três a oito anos de prisão. Porta-voz do Departamento de Estado americano, Matthew Miller afirmou, em comunicado, que as alegações contra Shonov são “totalmente infundadas”, e que a prisão “apenas destaca as ações cada vez mais repressivas do governo russo”.

“Protestamos veementemente contra as tentativas dos serviços de segurança russos — impulsionados pela mídia controlada pelo Estado russo — de intimidar e assediar nossos funcionários”, afirmou ele em comunicado. Miller afirmou que Shonov trabalhou no Consulado dos EUA em Vladivostok por 25 anos, e que começou a trabalhar para um contratante privado da Embaixada em abril de 2021.

Miller explicou, ainda, que o trabalho de Shonov era escrever resumos de relatórios de mídia a partir de “fontes de mídia russa publicamente disponíveis”, e que seu emprego estava “em estrita conformidade com as leis e regulamentos russos”.

Fonte: O Globo

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