Reportagem de capa Festa e protesto: folia de 2020 será a mais política dos últimos anos

Carnaval é sinônimo de entrega aos prazeres profanos e de liberdade de expressão. Durante os quatro dias de folia e brincadeira, a crítica social e a sátira política ecoam nas marchinhas que movem os blocos de rua e, com mais esplendor, nos sambas-enredo das escolas de samba. Nesse quesito, o Carnaval de 2020 será, definitivamente, mais exaltado do que aquele que passou (o qual, por sinal, já entoava um coro considerável de insatisfações). A reportagem é da revista Veja.

Os destemperos da chamada ala ideológica do governo e, mais ainda, a grosseria inaceitável, disfarçada de sinceridade, do presidente Jair Bolsonaro — como o insulto a uma jornalista que “queria dar o furo (pausa para risadas da claque) a qualquer preço” — são matérias-primas para resposta. Bolsonaro disse o que quis e, nos próximos dias, talvez vá ouvir o alarido da boca do povo ofendido com as estultices. Agora, como nunca, a maior festa do país ganhou ares de uma imensa passeata, alimentada pelos arroubos verborrágicos do atual ocupante do Planalto e de membros de sua equipe. Não seria exagero dizer que a folia deste fevereiro bissexto dançará ao ritmo da resistência.

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