Recrutadas por WhatsApp: investigadores mexicanos descobriram rede de captação de jovens para tráfico humano, na Argentina

As mulheres foram resgatadas no fim de semana
As mulheres foram resgatadas no fim de semana — Foto: reprodução

Após 15 jovens argentinas serem resgatadas de uma rede de tráfico humano no México, autoridades do Ministério da Segurança da Argentina confirmaram que a promotoria mexicana investigou a existência de uma rede de captação de jovens em situação de vulnerabilidade para explorá-las sexualmente no Caribe.

As 15 jovens foram recrutadas através do Facebook e WhatsApp com ofertas de emprego falsas em hotéis de luxo em Cancún, Tulum e Playa del Carmen, região turística no Caribe mexicano. Elas eram recebidas no aeroporto de Cancún, colocadas em automóveis privados e levadas diretamente a Playa del Carmen, onde eram forçadas a trabalhar em um bar e prostíbulo chamado La Consentida.

Ao chegar no local, seus passaportes eram confiscados, e elas eram obrigadas a pagar uma taxa de manutenção. Segundo as autoridades argentinas, elas têm entre 20 e 32 anos, algumas com ensino médio e outras com ensino superior. O traço comum a todas é a situação de vulnerabilidade econômica.

“Promotores, me ajudem. Quero denunciar que fugi de um inferno ou, como dizem aqui, um bar chamado La Consentida, onde me prostituíam contra minha vontade. Não conheço esta cidade porque sou da Argentina, mas sei que as ruas são Constituyentes e Carretera Federal. Peço que ocultem meu telefone porque temo por minha vida. Há três meninas de 12 ou 13 anos. Elas estão sendo prostituídas, é horrível. Somos 15 meninas a quem tiraram os passaportes, mas consegui escapar. Por favor, nos ajudem”, disse uma das jovens em uma mensagem anônima que garantiu o resgate das mulheres.

O Comitê de Combate ao Tráfico da Argentina, ao tomar conhecimento do ocorrido, entrou em contato no domingo com o procurador-geral do Estado de Quintana Roo, Raciel López, para conhecer o estado das jovens argentinas e oferecer a assistência e ajuda necessárias. Agora, as autoridades migratórias estão cooperando para fornecer a elas um visto humanitário. Para isso, trabalham em conjunto com o Consulado argentino.

“A Procuradoria informou ao Instituto Nacional de Migração sobre a operação e sobre a situação legal das 15 jovens argentinas para que lhes concedam proteção como vítimas e sob a proteção da procuradoria. O problema é que elas entraram como turistas de férias e passaram a ser trabalhadoras, tornando-se ilegais. Mas, por serem vítimas de tráfico e agora testemunhas, terão o apoio e respaldo do Estado do México”.

Fonte: O Globo

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