O tom crítico do ministro Silvio Almeida (Direitos Humanos) ao defender a responsabilização e a regulação das big techs causou reação de integrantes da Meta.
Em 1º de maio, ele participou em São Paulo do painel “Promovendo liberdades fundamentais e enfrentando o discurso de ódio online”, durante evento do G20. Na ocasião, Almeida reforçou ser necessário instituir normas mais rígidas na internet. “As redes sociais estão sendo colonizadas por aqueles que precisam dessa falta de regra e do caos absoluto para prosperar”, declarou.
Na sua visão, o controle é importante para assegurar a democracia. Se nada for feito, o futuro da humanidade estará em xeque. “Terá que haver regulação, senão todos nós estaremos ameaçados. Esta é uma chance única de evitar uma catástrofe”, disse o ministro.
Durante o evento, Almeida também falou sobre “evitar um futuro sombrio” ao responsabilizar as big techs. “Se não agirmos agora para discutir e implementar medidas sérias contra a desinformação, estaremos entregando o futuro nas mãos daqueles que combatemos. Precisamos entender a necessidade de responsabilização para evitar um futuro sombrio. A história está em nossas mãos e não podemos nos omitir”, disse.
A vice-presidente de desenvolvimento de políticas de conteúdo da Meta, Nell McCarthy, participou do debate. Avaliou haver complexidade nas plataformas quanto ao que envolve o discurso de ódio e defendeu ser necessário encontrar um equilíbrio entre liberdade de expressão e segurança.
O Poder360 apurou que a interpretação por parte da equipe da Meta de que a fala do ministro foi “agressiva” e “acima do tom” causou surpresa no ministério. Há o reconhecimento de que a declaração de Silvio Almeida sobre o tema foi “enfática, mas longe de ser agressiva”.
Internamente, há o entendimento na equipe ministerial de que a fala do ministro é “urgente” e que o ponto de vista de integrantes da Meta sobre a declaração de Silvio Almeida “deixa bem claro quem quer interditar a liberdade de expressão e fazer uso de fake news”.
O Poder360 procurou a assessoria da Meta para saber se tinha interesse em se pronunciar sobre o assunto e a respeito da avaliação interna no Ministério dos Direitos Humanos, mas não houve resposta até a publicação desta reportagem.
Fonte: Poder360