R$ 40 milhões: PF faz operação contra russos investigados em esquema de lavagem de dinheiro envolvendo criptomoedas

A Polícia Federal decretou o sequestro de bens dos investigados
A Polícia Federal decretou o sequestro de bens dos investigados — Foto: Divulgação/PF

A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta terça-feira, a Operação Brianski, para desarticular uma associação criminosa que estaria cometendo crimes de lavagem de dinheiro com recursos oriundos de crimes praticados fora do Brasil, com uso de criptomoedas. A PF estima apreender R$ 40 milhões dos investigados, envolvendo brasileiros e russos.

A operação cumpre dez mandados de busca e apreensão: seis em Florianópolis (SC), dois em Goiânia (GO) e outros dois em Eusébio (CE). De acordo com a PF, os quatro principais investigados serão monitorados por meio de tornozeleiras eletrônicas, proibidos de deixar o país e de fazer transações com criptoativos. Também foi determinado o sequestro de bens, tais como casas e apartamentos de alto padrão, terrenos e automóveis de luxo adquiridos pelos investigados no Brasil.

Ainda foram decretados os bloqueios de contas bancárias vinculadas a 25 pessoas físicas e jurídicas, além de contas em exchanges, para o sequestro de valores em moeda nacional e de criptoativos.

As investigações tiveram início com a informação de que cidadãos russos teriam fixado residência em Florianópolis (SC) há cerca de um ano e meio. Os russos chegaram ao país sem declaração de renda que justificasse o alto padrão de vida, levantando a suspeita de que os recursos tivessem sido obtidos por meio de crimes praticados na Rússia. As investigações levaram os policiais a descobrirem que os principais investigados foram condenados no país de origem por crimes relacionados a fraude e tentativa de roubo.

Após se radicarem no Brasil, os suspeitos se tornaram sócios de empresas e adquiriram bens móveis e imóveis, alguns por meio do pagamento em espécie de grandes quantias.

—Detectamos que foi feito um processo chamado “mixer”, ou mixagem, que é a junção de valores de criptomoedas pertencentes a diversas pessoas, antes de repassar para um outro indivíduo. Das contas das exchanges desse integrante da organização criminosa elas eram repassadas para operadores do sistema radicados em Goiânia. — explicou o delegado da Polícia Federal Cleo Mazzotti. A partir desses operadores, segundo ele, os recursos eram transformados em reais e depositados em contas vinculadas aos alvos da operação.

A PF descobriu que a integralização dos recursos oriundos da lavagem de capitais foi operacionalizada por brasileiros que se utilizaram de empresas sediadas no estado de Goiás. As movimentações financeiras realizadas pelos investigados e pela intermediadora brasileira tinham origem em transações de criptomoedas.

Nessas contas exchange, os criptoativos eram recebidos e convertidos em moeda nacional para posteriormente serem transferidos para as contas dos investigados estrangeiros no Brasil, de seus familiares e de suas empresas; e também para a compra de bens imóveis de alto padrão e de automóveis de luxo, alguns registrados em nome de terceiros.

O crime que a PF investiga é o de lavagem de dinheiro, que prevê pena de até 10 anos de reclusão e multa.

Fonte: O Globo

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