‘Queremos que a contribuição da sociedade seja um legado para o G20’, diz ministro Márcio Macêdo

O ministro da Secretaria-Geral de Governo, Márcio Macêdo e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio do Planalto
O ministro da Secretaria-Geral de Governo, Márcio Macêdo e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio do Planalto — Foto: Ricardo Stuckert

À frente da Secretaria-Geral da Presidência da República, o ministro Márcio Macêdo criou em janeiro um grupo de trabalho técnico para coordenar as iniciativas de promoção da participação social no G20. Trata-se de uma das prioridades definidas para o período de presidência brasileira do fórum: gerar resultados efetivos a partir das contribuições da sociedade.

Confira a entrevista com o ministro:

Como a participação da sociedade civil pode contribuir para que o Brasil consiga ter sucesso em suas prioridades durante a presidência do G20?

O presidente Lula diz que não se faz política pública completa e eficiente sem participação social. E vale também para as questões de relações internacionais e para a política externa como um todo. Por isso, Lula definiu que uma das prioridades da presidência brasileira no G20 é deixar a escuta e a efetiva contribuição da sociedade como legado. Isso inclui não só esforços para ampliar a base de participação social, mas para que essa participação seja concreta com o objetivo de gerar resultados mais efetivos para o G20.

Como será na prática a contribuição do G20 social para as economias globais?

O G20 Social é um processo que vai se desenvolver ao longo de todo o ano. E que terá a participação da sociedade nos grupos de engajamento, que são autogeridos e englobam 13 temas, com representantes de todos os países integrantes do G20. Também teremos eventos e reuniões de representantes e negociadores dos governos sobre temas específicos com entidades não governamentais e agentes de participação popular que não precisam estar necessariamente nos grupos de engajamento. O G20 Social faz a coordenação entre os grupos e dá apoio para novas manifestações e interesses que não necessariamente se enquadram nesses grupos.

A sociedade civil global deve incidir cada vez mais sobre as respostas do G20?

Além de trazer novos elementos para pautar as negociações e as decisões dos líderes dos países, o G20 social cria um espaço para reunir a sociedade civil global em torno do objetivo maior da presidência brasileira, isto é, a luta contra a desigualdade. Este governo está dando início a algo completamente inédito na história do G20: a consolidação do processo de participação social.

Como conciliar reivindicações dos grupos de engajamento, que são amplas e diversas?

As reivindicações dos grupos de engajamento seguramente poderão e deverão ser contempladas pelo G20. Nós temos feito um grande trabalho de articulação entre esses grupos e um esforço de diálogo entre eles e os negociadores, para que possam desde já apresentar suas sugestões, recomendações e então influenciar o processo de tomada de decisões dos dirigentes do G20. Em julho haverá, por exemplo, uma reunião de representantes da sociedade civil com os sherpas, que são os negociadores da trilha política. Os grupos de engajamento fizeram um grande esforço para ampliar as bases e contemplar um número cada vez maior de interesses.

Como será organizada a Cúpula Social do G20?

O encontro vai girar em torno dos eixos prioritários indicados por Lula para a presidência brasileira do G20: a redução da desigualdade como o tema que abraça os demais. Será criado o comitê organizador da Cúpula Social, com representantes de governo, dos grupos de engajamento e da sociedade civil. É um processo que pretende desde já pautar as decisões dos líderes e que culminará com uma grande mensagem da sociedade civil, amplamente representada, para o mundo.

Fonte: O Globo

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