Quem Trump deve escolher para vice-presidente? Conheça os candidatos

Pré-candidato republicano à Presidência, Donald Trump, em discurso na Flórida após a Super Terça
Pré-candidato republicano à Presidência, Donald Trump, em discurso na Flórida após a Super Terça — Foto: CHANDAN KHANNA / AFP

O republicano Donald Trump dominou a Super Terça e praticamente assegurou sua indicação à corrida pela Casa Branca em novembro, especialmente após a desistência da ex-governadora da Carolina do Sul, Nikki Haley, que deixou a disputa nesta quarta-feira. O cenário já é conhecido: o ex-presidente dos Estados Unidos procura focar em uma revanche com o democrata Joe Biden antes de enfrentar seus problemas legais na Justiça. A única incógnita, porém, é quem Trump deverá escolher para acompanhá-lo na chapa. Quando questionado sobre o assunto, ele costuma desviar da questão.

Em entrevistas recentes à emissora americana Fox News, Trump não deixa claro se já decidiu por um nome, e se limita a dizer que pode fazer o anúncio “nos próximos meses”. Em janeiro, afirmou que “não há pressa” e que a divulgação “não terá impacto”, embora tenha ressaltado que a pessoa que ele “acha que gosta” é “muito boa e bastante padrão”. Em seguida, comentou que havia provavelmente “25% de chance de ser essa pessoa”.

No início de fevereiro, o republicano disse mais uma vez à Fox News que “conversa com todo mundo” e que tem “muitas ideias boas”, mas que não havia decidido. Na mesma entrevista, no entanto, mencionou o nome de Tim Scott, único senador republicano negro, mas pontuou que “poderia ser muitas pessoas”. O ex-presidente já disse que Scott é “um tigre”, e que faz uma campanha muito melhor para ele do que fez para si mesmo durante sua curta carreira nas primárias.

Na semana passada, também à Fox News, Trump foi questionado se o governador do Texas, Greg Abbott, estava na lista de finalistas e respondeu: “absolutamente”. O ex-presidente comentou que o texano, linha-dura na questão migratória, fez “um ótimo trabalho” e que é alguém que ele consideraria muito.

Na semana passada, Abbott esteve com Trump durante uma visita a Eagle Pass, na fronteira com o México. No mesmo dia, no entanto, um juiz bloqueou temporariamente uma lei aprovada por Abbott, que desde março permitia a detenção, prisão ou expulsão de migrantes que cruzaram a fronteira através de passagens não autorizadas.

Dos que competiram contra Trump nas primárias, é possível destacar Chris Christie, apesar de ser um rival hostil desde o início, mas também Ron DeSantis e Haley, última a deixar as primárias, e com quem o confronto se tornou pessoal.

Alguns veículos de imprensa também consideram a possibilidade do rico empresário Doug Burgum, governador da Dakota do Norte, e que foi elogiado por Trump como homem de negócios.

Um grupo de mulheres leais ao ex-presidente também tem sido mencionado. Entre elas estão Elise Stefanik, deputada de Nova York, e Marjorie Taylor Greene, representante da Geórgia. As duas, contudo, possuem um perfil ultraconservador que pode afastar os eleitores moderados. Outros nomes são o da ex-apresentadora de televisão Kari Lake e o da governadora da Dakota do Sul, Kristi Noem.

Uma opção que também emergiu com força é a ex-deputada, ex-militar e comentarista política Tulsi Gabbard, que já concorreu nas primárias democratas, em 2020. Nessa mesma linha, Sarah Huckabee Sanders, governadora do Arkansas, é uma opção que vem sendo ventilada pela imprensa americana. Aos 41 anos, ela é a governadora mais jovem do país e, assim como Noem, de 52 anos, pode se conectar com parte do eleitorado feminino das grandes áreas residenciais, onde o ex-presidente tem uma performance ruim. Outros nomes que podem ser considerados são os da senadora Katie Britt e da empresária Nancy Mace.

Entre os negros, além de Scott, outro congressista que vem sendo especulado é Byron Donalds, de 45 anos, uma estrela ascendente no Partido Republicano. Também é considerado Ben Carson, que foi secretário de Habitação e permaneceu leal a Trump. Outro trumpista que pode se conectar com os eleitores nas áreas que definirão o resultado é o senador JD Vance. A lista é complementada pelo apresentador Tucker Carlson, demitido da Fox após um caso de difamação.

Em 2016, o republicano escolheu Mike Pence uma semana antes da convenção do partido. Em 2020, Joe Biden fez o mesmo com Kamala Harris, que continua como companheira de chapa do democrata este ano. Se Trump seguir esse calendário, a divulgação de um nome só ocorrerá em julho (a convenção republicana será de 15 a 19 desse mês).

A afinidade pessoal, a popularidade e o interesse político costumam influenciar na decisão. É comum escolher alguém que complemente o candidato e cubra algumas de suas deficiências. Em 2016, em meio aos escândalos por suas declarações consideradas machistas e dúvidas sobre sua integridade, Trump escolheu Pence, que se definiu como “cristão, conservador e republicano, nessa ordem”, e que o ex-presidente chegou a dizer que era “muito honesto”.

Às vezes, escolhe-se um companheiro que ajude a ganhar um estado ou reforce a candidatura em grupos de eleitores onde o candidato é fraco. Isso leva muitos a apostar que, no final das contas, será uma mulher, um negro ou alguém relativamente jovem. No entanto, a lealdade pessoal é outro ingrediente a ser considerado para Trump.

Na Conferência de Ação Política Conservadora (CPAC) há pouco mais de duas semanas, os participantes mostraram suas preferências. Kristi Noem e Ramaswamy obtiveram 15% dos votos cada, com Tulsi Gabbard em terceiro lugar (9%), seguida por Elise Stefanik e Tim Scott, cada um com 8%. Byron Donalds obteve 7%; Kari Lake, 6%, e Ben Carson e Sarah Huckabee Sanders, 5% cada um. Abaixo, ficaram Tucker Carlson, Marjorie Taylor Greene e JD Vance. (Com El País)

Fonte: O Globo

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