Quem é Marcinho VP, pai de Oruam exibido em camiseta pelo rapper durante show no Lollapalooza

Rapper Oruam pediu 'liberdade' ao pai, Marcinho VP, durante show no Lollapalooza ao lado de TZ da Coronel
Rapper Oruam pediu 'liberdade' ao pai, Marcinho VP, durante show no Lollapalooza ao lado de TZ da Coronel — Foto: Reprodução / @oruam__

O rapper Oruam chamou atenção do público do festival Lollapalooza, em São Paulo, neste domingo (24), ao se apresentar no palco vestindo uma camiseta com a foto do pai, o chefe do tráfico Marcinho VP, e um pedido de “liberdade”. “Apenas um grito de um filho com saudades do pai”, escreveu o músico em suas redes sociais. O traficante está preso há quase 30 anos — sendo os últimos 14 na Penitenciária Federal de Catanduvas (PR).

O rapper já havia usado uma camiseta semelhante durante a polêmica comemoração do seu aniversário, em março, quando convocou um “rolêzinho” com dezenas de motociclistas e queimas de fogos, e que passou por várias regiões da cidade durante a noite do dia 1º daquele mês.

Oruam tem 23 anos. Portanto, desde que nasceu, nunca teve convívio com o pai fora dos portões das penitenciárias. Marcinho VP está preso desde 1996, quando tinha apenas 20 anos de idade. Apesar de ter passado mais tempo de vida do lado de dentro das grades do que fora delas, isso não impediu que, mesmo encarcerado, ele virasse ao lado de Fernandinho Beira-Mar um dos principais chefes da maior facção do estado, o Comando Vermelho.

Nascido em Vigário Geral, Marcinho VP mudou-se ainda bebê para São João de Meriti, na Baixada Fluminense. O pai foi assassinado pouco depois, e a mãe foi presa quatro vezes, fazendo com que ele e três irmãos acabassem sendo criados por uma tia.

Em um livro de memórias escrito na cadeia , o criminoso conta que começou a roubar aos 13 anos, “para comprar roupas de marca”. A ascensão veio rápido, e ele logo transformou-se no “dono” do Complexo do Alemão, conjunto de favelas na Zona Norte da capital e um dos interpostos de droga mais importantes do Rio.

No mesmo livro, ele revela que a proximidade com personagens importantes da política fluminense vem de longa data. Em 1996, pouco antes de ser preso, Marcinho VP, já chefe do Alemão, teria ajudado o futuro governador e então candidato a prefeito Sérgio Cabral a fazer campanha na comunidade. Na época da publicação da obra, em 2017, Cabral negou ter negociado com o traficante.

As condenações de Márcio, por tráfico de drogas e por homicídios, somam 44 anos de prisão. Um dos crimes creditados a ele é a morte do comparsa Márcio Amaro de Oliveira, curiosamente também conhecido como Marcinho VP. Amaro foi encontrado estrangulado em uma lata de lixo no presídio de Bangu 3. A execução teria sido motivada por entrevistas dadas pelo bandido revelando detalhes do funcionamento do tráfico no Rio.

Fonte: O Globo

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