Farmácias da Zona Leste da cidade de São Paulo foram alvo de roubos entre maio e junho de uma quadrilha que atuava na região em busca do medicamento Ozempic. O remédio, com custo que por vezes passa dos R$1000, é uma caneta injetável conhecida pelo efeito de emagrecimento por estimular a produção de insulina no pâncreas e retardar o esvaziamento gástrico, fazendo o paciente se sentir saciado mais rapidamente e por mais tempo.
Segundo a investigação conduzida pelo 42º DP do Parque São Lucas até o momento foram identificados quatro roubos por uma mesma quadrilha. Um dos endereços, da rede Drogasil, que fica na Avenida do Oratório, foi alvo de três roubos em menos de um mês pela ação dos criminosos nos dias 2 e 27 de maio e em 1º de junho.
Os boletins de ocorrência apontam para um prejuízo de ao menos R$ 45 mil nesta farmácia. Foram levadas mais de vinte caixas de Ozempic além de outros medicamentos como extrato de canabidiol e Venvanse, medicamento estimulante conhecido pelo uso clandestino. Veja vídeo das câmeras de segurança em um dos roubos:
Um terceiro endereço, na Avenida Zelina, da rede Drogaria São Paulo, foi roubado em 5 de junho pelo mesmo grupo. Os suspeitos foram identificados pela polícia como Rafael Amaro Sampaio e Luan Geovanni Lourenço Matias, que foram presos nesta semana e ainda não apresentaram defesa. Em um dos crimes, aponta a investigação, a dupla usou o carro da mãe de Rafael para efetuar fuga.
Os homens faziam uma sondagem prévia nas farmácias para verificar a disponibilidade do medicamento e chegavam no local armados. Rendiam os funcionários e não pediam auxílio para encontrar os remédios: iam diretamente até o local de armazenamento.
A mercadoria era repassada para um receptador, que a polícia ainda tenta identificar, mas a suspeita é que o medicamento era vendido de forma clandestina pela internet. Cada caixa de Ozempic rendia cerca de R$ 300 para a dupla. A suspeita dos policiais do 42º DP é que mais casos do tipo podem ter ocorrido na região. A equipe da delegacia realiza levantamento entre os boletins de ocorrência para verificar se a quadrilha atuou em mais endereços.
Fonte: O Globo