A caatinga abrange quase 11% do território brasileiro com quatro mil espécies de plantas e 30% está sob alguma categoria de ameaça de extinção. Além disso, a vegetação tem sido amplamente impactada por atividades humanas, como desmatamento e uso inadequado dos recursos naturais, estimulando a desertificação. Para tentar proteger e recuperar o bioma, a senadora Janaína Farias (PT-CE) apresentou um projeto de lei que institui a Política Nacional de Recuperação da Vegetação da Caatinga.
O texto, que contou com a parceria do Instituto Escolhas, prevê a “participação da comunidade local na recuperação das áreas desmatadas e áridas da caatinga através de Frentes de Trabalho de Recuperação da Vegetação da Caatinga”.
De acordo com o projeto, o estudo do Escolhas identificou uma área de 1 milhão de hectares desmatados na Caatinga que precisam ser urgentemente recuperados. Segundo os cálculos, a recuperação do bioma pode gerar 465.888 empregos, estimulando o florescimento de uma economia da vegetação nativa na região, como por exemplo, a produção de 1 bilhão de mudas para atender a demanda da recuperação das áreas desmatadas.
“Esta região, que cobre áreas de diversos estados nordestinos, é caracterizada por uma grande escassez hídrica e vulnerabilidade ambiental e social. As condições climáticas extremas, com baixos índices pluviométricos e longos períodos de seca tornam a região suscetível à desertificação e representam um desafio significativo para as comunidades locais”, defende a senadora
Segundo dados da Plataforma Terra Brasilis, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), no período de 2001 a 2022, o volume de desmatamento acumulado na Caatinga ultrapassou os 120 mil km2ou 12.000.000 hectares. Os Estados da Bahia e do Ceará são aqueles que mais desmataram no período.
Fonte: O Globo