Professora é ameaçada por mãe de aluna após corrigir redação que acusava Moraes de ‘acabar com as leis’ do Brasil

A fachada da escola CEM 01 do Gama
A fachada da escola CEM 01 do Gama — Foto: Reprodução

Uma professora do Centro de Ensino Médio (CEM) 01 do Gama, escola pública do Distrito Federal, foi ameaçada pela família de uma aluna após corrigir a jovem por escrever em uma redação que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes havia acabado com as leis do Brasil. O caso, ocorrido na semana passada, foi revelado pelo Metrópoles e confirmado pelo GLOBO.

A professora procurou a aluna do 2º ano para explicar que não cabe ao Poder Judiciário elaborar leis, mas sim ao Legislativo. A jovem, então, ligou para a mãe e contou sobre a situação. A responsável pela estudante entrou em contato com a escola para reclamar da postura da educadora, definida por ela como uma suposta “doutrinação”.

Segundo o Metrópoles, a mãe da jovem disse que esfregaria o celular na cara da professora “para mostrar que as leis foram mudadas” caso a escola não “desse jeito” no caso. A responsável afirmou ainda que era amiga de políticos de direita como os deputados Nikolas Ferreira (PL-MG) e Gustavo Gayer (PL-GO), além do senador Cleitinho Azevedo (Republicanos-MG).

Procurada pelo GLOBO, a Secretaria de Educação do Distrito Federal (SEEDF) afirmou que agiu prontamente ao ser informada do incidente e que atendeu ao pedido de transferência da aluna para outra unidade de ensino feito por sua família.

“Tanto a Coordenação de Ensino do Gama quanto a diretoria da escola relataram que, após o incidente, a professora registrou um boletim de ocorrência. Salientamos que a situação permanece sob a supervisão direta da mencionada coordenação, que, se necessário, tomará outras medidas administrativas de acordo com os normativos legais vigentes”, afirmou a pasta.

A Comissão de Educação, Saúde e Cultura (CESC) da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), presidida pelo deputado Gabriel Magno (PT), também se manifestou sobre o caso. Em nota, o colegiado afirmou que tomou conhecimento do episódio de violência e “ataque direto” à liberdade da professora e encaminhou o documento à direção da escola.

Fonte: O Globo

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