Presos de penitenciária do Equador, de onde líder criminoso escapou, lideram ‘revolta’

Visão aérea da prisão de Guayaquil
Visão aérea da prisão de Guayaquil — Foto: ENRIQUE ORTIZ/AFP

Os presos de uma prisão no porto equatoriano de Guayaquil, de onde fugiu em janeiro o temido líder de uma das maiores quadrilhas criminosas do país, realizam uma “revolta interna”. A informação foi confirmada pelo órgão responsável pelo sistema penitenciário (SNAI).

“Os acontecimentos se devem a uma revolta interna de um grupo de pessoas privadas de liberdade (PPL). O perímetro do centro penitenciário está cercado e o controle foi recuperado com 80% de sucesso”, acrescentou a entidade, por meio de sua conta no X.

Jornalistas da AFP registraram tiros dentro da prisão regional de onde fugiu Adolfo ‘Fito’ Macías, líder da organização Los Choneros. Sua fuga desencadeou uma guerra entre traficantes e o Estado, que deixou dezenas de mortos no início do ano.

As prisões no Equador são o centro de operações e o campo de batalha de inúmeras gangues de tráfico de drogas ligadas a cartéis internacionais. Embora as revoltas de prisioneiros sejam comuns, esta é a primeira que o presidente Daniel Noboa enfrenta desde que assumiu o poder, em novembro.

O atual motim ocorre em uma das quatro prisões que fazem parte de um grande complexo penitenciário de Guayaquil, palco de massacres entre presidiários, que deixaram mais de 460 mortos desde 2021 devido a confrontos entre gangues rivais.

Por mais de uma década, José Adolfo Macías Villamar, o Fito, fez do Centro de Reabilitação Social Guayas número 4 (Regional) a sua fortaleza — e a sua habitação de luxo. O líder da maior e mais temida facção criminosa do Equador, a Los Choneros, vivia no complexo penitenciário de Guayaquil como um “preso VIP”, até que desapareceu, em janeiro deste ano.

A fuga desencadeou uma onda de violência no país e fez o presidente Noboa decretar “conflito armado interno” em todo o território nacional.

Desde então, gangues ligadas a cartéis no México e na Colômbia lançaram um ataque violento, que deixou cerca de vinte mortos, ataques à imprensa, explosões e mais de 200 sequestros temporários em prisões e ruas.

Diante da crise de segurança, Noboa decretou o estado de emergência com recolher obrigatório noturno, o que lhe permite mobilizar as Forças Armadas para as ruas e prisões, medida que durará até abril próximo. As prisões, incluindo a de Guayaquil, foram militarizadas.

O presidente também declarou que a nação se coloca em conflito armado interno e chamou 20 organizações antidrogas de “terroristas” e “beligerantes” como medida para subjugá-las.

Fonte: O Globo

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