Prates pede conversa com Lula e pode deixar cargo na Petrobras

Jean Paul Prates
Prates (esquerda) está insatisfeito com a falta de apoio de Lula (direita) aos ataques que tem recebido de integrantes do governo

O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, pediu uma reunião com o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), para discutir sua situação à frente da maior estatal do Brasil. Ainda não há data definida para o encontro.

Segundo apuração do Poder360, Prates está insatisfeito com a falta de apoio de Lula aos ataques que tem recebido de integrantes do governo. Caso não tenha um respaldo maior do Planalto, existe a possibilidade de um pedido de demissão do presidente da Petrobras.

Prates tem passado por uma “fritura” de setores do governo que o querem fora do cargo de CEO da estatal. Desde o ano passado, os ministros Rui Costa (Casa Civil) e Alexandre Silveira (Minas e Energia) têm feito duras críticas à sua gestão. Lula só assistiu até agora. O silêncio do petista, em certa medida, é lido como um apoio tácito para os ministros. 

Prates e o ministro de Minas e Energia já protagonizaram uma série de embates desde o ano passado. No começo, as disputas se concentravam em aspectos técnicos como a reinjeção de gás natural nos poços de petróleo da estatal, mas o tratamento entre as partes ficou mais ríspido com o passar do tempo.

O episódio mais crítico ocorreu no mês passado, quando os representantes do governo no Conselho de Administração da Petrobras vetaram a distribuição de dividendos extraordinários por orientação de Silveira e Rui Costa. 

Na ocasião, Prates se absteve da votação e tentou costurar uma distribuição parcial dos dividendos. Saiu derrotado. A atitude foi vista como uma falta de comprometimento do Executivo com o direcionamento que o governo quer dar à Petrobras.

Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo na 4ª feira (3.abr.2024), Silveira minimizou a disputa com Prates. O ministro disse que as disputas entre o Ministério de Minas e Energia com presidente da Petrobras são “naturais” em todos os governos e que, apesar de respeitar Prates, jamais abrirá mão de sua autoridade sobre o setor energético brasileiro.

Fonte: Poder360

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