Polícia recebe novas denúncias contra cirurgião famoso após repercussão da morte de servidora pública, em BH

Cirurgião plástico Rodrigo é investigado pela morte da paciente Norma Fonseca
Cirurgião plástico Rodrigo é investigado pela morte da paciente Norma Fonseca — Foto: Reprodução

A Polícia Civil de Minas Gerais anunciou nesta terça-feira que recebeu mais relatos de antigas pacientes contra o médico Rodrigo Credidio, cirurgião plástico que teria causado a morte de Norma Eduarda da Fonseca, de 59 anos, em Belo Horizonte. A informação foi compartilhada pelo delegado responsável Marlon Castro e, segundo relato do filho da vítima, Credidio realizou uma série de operações que duraram mais de sete horas em Norma. O cirurgião nega as acusações e afirma que não existe nenhum exame ou indício que aponte para má conduta relacionada ao procedimento.

Norma, que trabalhava como servidora pública na Universidade Federal de Minas Gerais, realizou cinco cirurgias em fevereiro, conforme a família. Ela chegou a ficar dois meses internada por conta de complicações pós-operatórias e morreu em decorrência de falência múltipla dos órgãos após contrair uma bactéria, 72 dias após uma abdominoplastia em BH.

“A Polícia Civil de Minas Gerais instaurou inquérito policial para apurar as circunstâncias e a causa da morte da mulher, de 59 anos, registrada no dia 19 de abril. A investigação prossegue com a realização das diligências necessárias à elucidação dos fatos”, disse a polícia, em nota.

As autoridades ainda orientam que outras possíveis vítimas se dirijam até a Delegacia Regional da Polícia Civil – Sul, no bairro de São Bento, que é a unidade responsável pelo caso.

O GLOBO checou que Rodrigo Credidio tem ao menos outros dois processos por erro médico registrados no Tribunal de Justiça de Minas Gerais. Os casos são de 2019 e, por correrem em segredo de justiça, não é possível saber se o cirurgião foi ou não absolvido.

Credidio atende em uma clínica no bairro Anchieta, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte. Nas redes sociais, ele já chegou a compartilhar entrevistas que concedeu falando sobre o crescimento de erros médicos durante procedimentos estéticos.

Conforme divulgado pelo g1, a Vigilância Sanitária de Belo Horizonte informou a Clínica Credidio não possui denúncia registrada e está em processo de renovação de alvará sanitário, o que não impede o funcionamento do local. Contudo, o estabelecimento já foi multado anteriormente em R$ 9.979,53 devido a “irregularidades no processo de esterilização”.

O cirurgião alega que a “Vigilância Sanitária promoveu diversas visitas nos últimos dias ao Hospital em que a paciente foi operada” e não foi “encontrado nenhum indício de descumprimento das normas sanitárias vigentes”. Ele também nega a existência de “exame ou indício que aponte para má conduta relacionada ao procedimento”.

Primeiramente, quero manifestar meus pêsames pelo falecimento da paciente Sra. Norma Eduarda da Fonseca e minha solidariedade aos seus familiares e amigos.

Em razão do Código de Ética Médica, que estabelece a obrigação de preservar o sigilo de prontuário da paciente, não posso entrar em detalhes sobre o caso clínico. No entanto, esclareço que as razões que a levaram a um grave quadro de infecção e, consequentemente, a óbito não têm relação com o procedimento realizado há mais de 60 dias, que ocorreu sem nenhum tipo de intercorrência.

Ressalto que acompanhei pessoalmente a paciente em sua entrada no hospital, em razão de ter contraído uma virose. Nessa ocasião, conforme comprovado mediante exames de sangue, não constava nenhum sinal da presença de bactéria multirresistente. A confirmação só ocorreu, nessa mesma unidade de saúde, um mês após a realização do procedimento conduzido por mim, o que confirma a impossibilidade de ligação entre os eventos.

Informo que a Vigilância Sanitária promoveu diversas visitas nos últimos dias ao Hospital em que a paciente foi operada e em minha clínica, não sendo encontrado nenhum indício de descumprimento das normas sanitárias vigentes. Tal fato reforça meu compromisso com a segurança de todos os pacientes por mim atendidos. Reitero que não existe nenhum exame ou indício que aponte para má conduta relacionada ao procedimento, sendo que toda a documentação se encontra disponível para acesso de familiares e autoridades competentes.

Fonte: O Globo

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