Polícia pede prisão de motorista de Porsche que matou condutor de aplicativo em SP

Porsche que bateu em Renault Sandero no domingo (31)
Porsche que bateu em Renault Sandero no domingo (31) — Foto: Rômulo D'Ávila/ TV Globo

A Polícia Civil de São Paulo pediu a prisão preventiva do empresário Fernando Sastre de Andrade Filho, motorista do Porsche que causou um acidente e matou o condutor de aplicativo Ornaldo da Silva Viana, na madrugada do último domingo (31), em São Paulo.

O pedido de prisão foi antecipado pelo portal Uol e pela CBN. O veículo de luxo bateu no Renault Sandero de Ornaldo na Avenida Salim Farah Maluf, Zona Leste da capital paulista. O delegado Nilson Alves, do 30º DP (Tatuapé), alega que a prisão é necessária porque o empresário poderia forjar provas e fugir. O investigador aponta que Fernando Sastre de Andrade Filho tem “poder aquisitivo elevado” e poderia ameaçar ou subornar testemunhas, de acordo com o Uol.

Fernando Sastre de Andrade Filho é sócio de duas empresas e vem de uma família de empresários que tem negócios no ramo imobiliário. O delegado disse que o acusado praticou um crime de “extrema gravidade” e fugiu do local. Ele também apontou que o empresário teve a habilitação suspensa no passado por desrespeitar normas de trânsito e citou a repercussão midiática da ocorrência.

A defesa do acusado ainda não se manifestou sobre o pedido de prisão. Ao longo da investigação do caso, os advogados do empresário têm afirmado que o motorista do Porsche não fugiu após a colisão e deixou o local com autorização de policiais militares.

Os policiais militares que liberaram o motorista da Porsche depois do acidente que ocorreu no bairro do Tatuapé estão afastados das ruas para averiguação da conduta dos agentes. A informação foi confirmada por O GLOBO com o alto escalão da polícia paulista.

Fernando Sastre de Andrade Filho conduzia o Porsche acompanhado de um passageiro no momento da batida. Ele foi socorrido pela mãe, Daniela Cristina de Medeiros Andrade, que informou aos policiais que atenderam a ocorrência que levaria o filho para um hospital.

Os agentes liberaram a dupla e durante a apuração da ocorrência verificaram que Fernando seria o responsável pelo acidente. Eles foram até o hospital para tentar encontrar o motorista, mas não o acharam. Também se dirigiram até a casa de Fernando, onde ele também não estava.

O caso então foi registrado como homicídio doloso e é investigado no 30° DP.

Um procedimento foi aberto na Corregedoria da Polícia Militar para apurar a conduta dos agentes e por enquanto eles foram colocados em trabalhos administrativos.

A Secretaria de Segurança Pública não confirmou o afastamento dos agentes. A pasta disse apenas, em nota, que “as investigações do caso prosseguem pelo 30° Distrito Policial (Tatuapé), que realiza todas as diligências necessárias e aguarda os resultados dos laudos periciais para elucidação dos fatos e possível pedido de prisão preventiva contra o autor. Em paralelo, a Polícia Militar instaurou uma sindicância para apurar a conduta dos agentes que atenderam a ocorrência. Depoimentos já foram colhidos e imagens estão sendo analisadas. Comprovado o descumprimento dos procedimentos operacionais, os policiais serão responsabilizados”.

Durante seu depoimento na Polícia Civil, feito mais de 36 horas depois da colisão, Fernando Sastre Filho relatou que estava “um pouco acima do limite” de velocidade de 50 km/h, segundo a TV Globo. Testemunhas relataram que o Porsche de Sastre ultrapassou em alta velocidade antes de perder o controle.

A defesa do motorista se manifestou por meio de nota. “Prematuro, neste momento, julgarmos as causas do acidente, na medida em que os laudos das perícias realizadas ainda não foram concluídos”, diz o texto.

“Importante destacar que Fernando não fugiu do local do acidente, uma vez que já havia socorro sendo prestado às outras vítimas, Fernando já devidamente qualificado pelos policiais militares de trânsito, tendo sido liberado pela Polícia Militar para que fosse encaminhado ao hospital. Contudo, por fundado receio de sofrer linchamento, já que naquele momento passou a sofrer o “linchamento virtual”, bem como por conta do choque causado pelo acidente e pela notícia do falecimento do motorista do outro veículo, foi necessário seu resguardo”, diz ainda o documento, assinado pelos advogados Carube Acardo Garcia e Merhy Daychoum.

Fonte: O Globo

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