Polícia ainda procura por pistas concretas do paradeiro de fugitivos da penitenciária de Mossoró

Rogério e Deibson: dupla escapou da Penitenciária Federal de Mossoró (RN)
Rogério e Deibson: dupla escapou da Penitenciária Federal de Mossoró (RN) — Foto: Reprodução

A busca pelos fugitivos da Penitenciária Federal de Mossoró (RN) chegou nesta sexta-feira ao 24º dia sem pistas concretas do paradeiro de Rogério da Silva Mendonça e Deibson Cabral Nascimento. Foragidos desde o dia 14 de fevereiro, eles são procurados por 300 homens fazem uma varredura na área, em um raio de 15 quilômetros a partir do presídio de Mossoró, com o auxílio de três helicópteros e drones com visão noturna e capazes de mapear pontos de calor, além de cães farejadores.

Agora, o pastor-belga Fúria, de 7 anos, é a aposta da polícia para encontrar os fugitivos. Cedido pela Polícia Penal do Mato Grosso — solicitado pela Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen) — , o cão seguiu para Mossoró acompanhado de dois agentes penais no domingo (3) e já trabalha com a força-tarefa.

A Secretaria de Segurança Pública (Sesp-MT) discorre que Fúria “começou com treinamentos para incursões internas nos presídios e hoje é considerado um especialista em farejamento e recaptura humana”. Acrescenta que o cão irá “contribuir de forma decisiva com mais essa operação de buscas”.

Duas camisas, uma rede e rastros de sapatilhas semelhantes às usadas pelos internos no presídio federal, uma toalha e um lençol foram encontrados em uma área da Serra de Mossoró, a 11 quilômetros do presídio. Os dois presos também foram vistos por moradores da região.

Estas pistas ajudam a montar o percurso que Deibson e Rogério teriam feito após escaparem e supostamente invadirem o sítio.

Os invasores percorreram a distância a pé e pegaram no local pacotes de biscoito, roupas, tênis, melancia, queijo, pão de forma, margarina e fósforo. Como a fuga do presídio e a invasão à casa aconteceram em um intervalo de poucas horas, as forças policiais acreditam que os eventos estão relacionados.

Em fotos feitas durante a perícia e distribuídas pelo Ministério da Justiça, aparece um buraco na parede da cela por onde a dupla teria escapado. Os presos arrancaram uma parte metálica onde ficava a luminária da cela. Dali, subiram até o teto da penitenciária. Lá eles acessaram uma espécie de shaft, uma abertura entre as paredes por onde passam tubulações de água e ventilação.

Os investigadores perceberam que algumas câmeras dos corredores não estavam funcionando e que algumas lâmpadas estavam apagadas. A ausência dos presos nas celas só foi identificada às 5h de quarta-feira, uma hora e meia depois de eles iniciarem a fuga.

Segundo a Polícia Federal, para conseguir passar pelo pequeno buraco onde ficava a luminária, de cerca de 17 centímetros, a dupla precisou perder peso. Dentro da cela, eles ainda mantinham uma rotina para adquirir muita resistência física para permanecer dias na mata tentando escapar da maior operação já vista para recuperar fugitivos.

Na semana passada, a Polícia Federal identificou um local onde a dupla teria ficado escondida por oito dias. O proprietário do sítio Ronaildo da Silva Fernandes foi preso acusado de dar abrigo e alimentos aos criminosos. Ele alegou, no entanto, que foi ameaçado pela dupla e prestou auxílio sob coação.

Além de Fernandes, a Polícia Federal prendeu outras cinco pessoas acusadas de ajudar Nascimento e Mendonça na fuga fora da penitenciária. Segundo as investigações, eles teriam procurado ajuda do crime organizado para conseguir dinheiro, armas e veículos. O ministério da Justiça, no entanto, ainda trabalha com a hipótese de que eles estejam escondidos num raio de até 50 quilômetros do presídio federal.

Fonte: O Globo

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