O presidente do BC (Banco Central), Roberto Campos Neto, afirmou que o mercado de trabalho sinaliza um cenário de pleno emprego. Segundo ele, o contexto é de “grande surpresa”, mas acende uma alerta para a preocupação sobre uma eventual pressão inflacionária.
“O BC adora quando temos um regime de emprego pleno, quando todo mundo que está procurando trabalho encontra, que é nossa situação atual, que melhorou muito e foi uma grande surpresa”, declarou em entrevista à CNN Brasil nesta 3ª feira (30.abr.2024).
“A preocupação vem quando as empresas não conseguem contratar, e você tem que começar a subir o salário. Se você sobe o salário para o mesmo nível de produção, isso significa que você está iniciando um processo inflacionário. Então, a preocupação vem daí”, disse.
O economista afirmou que a apreensão é maior em torno do setor de serviços, com maior ênfase nos serviços intensivos, pela demanda por mão de obra.
“Existe essa preocupação, porque há uma incerteza de como a mão de obra apertada influencia a parte de serviços. [Esse indicativo de pressão inflacionária] apareceu em 2 ou 3 números de inflação, mas recentemente está um pouco melhor”, disse.
Campos Neto defendeu que a inflação é a “pior coisa para a desigualdade” e que o seu combate precisa ser pensado como uma política social.
“A inflação gera uma desigualdade grande. Faz com quem tenha dinheiro consiga remunerar seu dinheiro acima da inflação e quem tenha menos dinheiro não só não ganha o mesmo dinheiro como tem o poder corroído da compra no dia a dia”, disse.
Segundo o economista, a autonomia do Banco Central é fundamental para garantir o melhor controle.
Leia a abaixo outras declarações do presidente do BC durante a entrevista à CNN Brasil:
Fonte: Poder360