Dois banhistas tiveram ferimentos nas mãos e pés após serem mordidos por piranhas-brancas, no açude Trussu, em Iguatu, no Ceará. O acidente aconteceu na terça-feira e assustou os banhistas do local.
Também conhecida por pirambebas (Serrasalmus marginatus), a espécie é temida por seu ataque agressivo a suas presas. O pequeno peixe carnívoro pode ter mais de 20 centímetros e pesa entre 150 g e 250 g. Eles vivem em pequenos cardumes de até 20 indivíduos. Com dentes afiados e triangulares, mandíbula forte e um focinho achatado, esse tipo de peixe também tem um sistema auditivo evoluído.
No entanto, de acordo com Pedro Henrique Magalhães, doutor e pós doutor em Saúde de Animais aquáticos pela FMVZ/USP, o animal não costuma atacar seres humanos.
— A reputação de agressividade muitas vezes é exagerada. Em geral, as piranhas não costumam atacar humanos a menos que se sintam ameaçadas, estejam em condições de escassez de alimentos ou em situações incomuns. É apenas o comportamento natural dela — explicou o especialista.
Uma das vítimas afirmou que entrou na água e recebeu uma mordida na mão. Após o ataque, avisou outro banhista, que não a escutou e também entrou, sendo mordido no pé pelo animal. As duas pessoas tiveram parte da pele dilacerada pelo ataque do peixe e receberam atendimento.
Pedro Henrique comentou que a piranha-branca não é a mais agressiva da espécie.
— A piranha branca (nome científico Serrasalmus marginatus) é inofensiva para humanos. Ela não vai atacar, a menos que ele tenha chegado muito perto dela e causado ameaça. Isso é o que diz a literatura científica. Dentre as espécies encontradas no Brasil, a piranha-vermelha (Pygocentrus nattereri) é frequentemente mencionada como uma das mais conhecidas e associadas à ideia de agressividade — completou.
Segundo a TV Redes Mares, a Prefeitura de Iguatu afirmou que os banhistas têm relatado incidentes recentes com as pirambebas no açude. A gestão afirma que recebeu relatos de moradores de que algumas piranhas foram introduzidas no açude de maneira acidental, no momento em que foi realizado o peixamento — acréscimo artificial de peixe para ajudar na pesca — do reservatório.
Além disso, o especialista também aconselhou sobre maneiras de prevenir ataques dessa espécie.
— É importante tomar precauções ao nadar ou praticar atividades aquáticas em áreas onde piranhas podem estar presentes, como evitar entrar na água se estiver sangrando, pois o odor de sangue pode atrair esses peixes. Além disso, é essencial respeitar o ambiente natural e adotar práticas de convivência seguras para evitar conflitos desnecessários com a vida selvagem — disse.
Fonte: O Globo