Petrobras completa 1 ano sem transparência de preços, diz especialista

Fachada da Petrobras, que manteve política de preços de combustíveis fora da paridade internacional
O preço de paridade de importação vigorou de outubro de 2016 a maio de 2023; na foto, fachada do prédio da Petrobras

A decisão da Petrobras de desvincular sua política de preços para comercialização de combustíveis completou 1 ano em operação nesta 6ª feira (17.mai.2024). Segundo levantamento do OSP (Observatório Social do Petróleo), a estatal cobrou o litro da gasolina, em média, 6% abaixo da cotação do mercado internacional e o diesel S-10 se manteve 7% menor do que a paridade de importação nos últimos 12 meses.

Em conversa com o Poder360, o sócio-fundador e diretor do CBIE (Centro Brasileiro de Infraestrutura), Adriano Pires, afirmou que mesmo em 1 ano de funcionamento, a política ainda preocupa o mercado pela falta de transparência e que o resultado da estratégia comercial ainda não foi devidamente testado.

“Eu acho que a gente está vivendo um momento na política de preços do Brasil que voltamos, infelizmente, a achar fórmulas de preço. Essa política da Petrobras ninguém entende, porque ela não tem transparência, é uma caixa preta”, declarou.

Segundo o especialista, o ano de 2023 foi um ano “tranquilo” porque o preço do barril de petróleo passou a maior parte do ano estável em torno de US$ 80, enquanto o câmbio do dólar também se manteve abaixo de R$ 5,00. Na visão de Pires, essa conjuntura permitiu que a empresa não fosse obrigada a realizar aumentos nos preços.

O momento de maior pressão sobre os preços praticados pela Petrobras foi no mês passado. Segundo dados da Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis), a defasagem da gasolina alcançou 24% em 17 de abril. A tônica ao longo dos últimos meses foi uma defasagem constante, que resultou em uma perda na arrecadação da estatal.

Nos resultados do 1º trimestre de 2024, a Petrobras informou que registrou uma queda na receita de venda de diesel (-18,8%) e gasolina (-17,3%). A receita total com a venda de derivados de petróleo foi de R$ 69,4 bilhões, uma redução de 17,4% na comparação com o mesmo período do ano passado.

No consolidado dos 3 primeiros meses do ano, o lucro da Petrobras recuou 38% ante o 1º trimestre de 2023. Outro fator, indicado pela Petrobras, foi o aumento no dos investimentos da estatal. O total aumentou 22,6% na comparação entre os períodos, indo de US$ 2,4 bilhões para US$ 3 bilhões. A maior parte do valor investido foi em projetos de exploração e produção de óleo e gás.

Fonte: Poder360

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