“O trabalho doméstico é uma das ocupações mais antigas e, no Brasil, ainda carrega a herança das relações sociais, culturais e econômicas remanescentes da escravidão”.
Assim começa o texto de uma pesquisa, recém-publicada por pesquisadoras da UFRN na Revista da Associação Brasileira de Estudos do Trabalho (Abet), sobre os impactos da pandemia da covid-19 no emprego doméstico.
O estudo, realizado entre maio e junho de 2020, momento crítico para os casos de incidência e óbito por covid-19, mostra que babás e cuidadoras de idosos em atividade continuaram, em sua maioria, trabalhando, enquanto as diaristas foram as mais demitidas.
Esses são os primeiros dados de uma pesquisa mais ampla, que segue em desenvolvimento, cujo objetivo é compreender as contratações durante a pandemia em comparação ao período que antecedeu o distanciamento social, decretado pelas autoridades sanitárias. A pesquisa foi realizada em campo com contratantes de trabalhadores domésticos e coletou 1.857 respostas.
A pesquisadora Luana Junqueira Dias Myrrha, professora do Departamento de Demografia e Ciências Atuariais (DCAA/UFRN) e do Programa de Pós-Graduação em Demografia (PPGDem), explica que esse grupo estudado representa o segundo mais frequente entre todas as trabalhadoras brasileiras.
Confira entrevista com a Professora Luana Junqueira