Partido de premier do Reino Unido retira apoio a candidatos investigados por esquema de apostas

Premier Rishi Sunak em ato de campanha no Reino Unido, em 24 de junho
Premier Rishi Sunak em ato de campanha no Reino Unido, em 24 de junho — Foto: Benjamin Cremel/AFP

O Partido Conservador do Reino Unido, liderado pelo primeiro-ministro Rishi Sunak, suspendeu o apoio a dois candidatos que concorreriam pela sigla nas eleições parlamentares convocadas antecipadamente para o dia 4 de julho, após acusações de que os dois — um deles um aliado próximo do premier — participaram de um esquema de apostas sobre a disputa eleitoral, da qual tinham informações privilegiadas.

Craig Williams, um assessor político próximo de Sunak, e Laura Saunders estão sendo investigados por um suposto esquema de apostas. Williams teria feito uma aposta — algo costumeiro no cotidiano britânico — de 100 libras (R$ 687 na cotação atual), cravando que a data da próxima eleição seria em 4 de julho deste ano. Segundo apuração da BBC, Rishi Sunak convocou a eleição antecipada três dias depois. O assessor admitiu ter feito a aposta, mas recusou-se a confirmar se tinha informação privilegiada — algo proibido.

O papel exato de Saunders não foi detalhado, mas ela e o marido, Tony Lee, o diretor de campanha do Partido Conservador, também estão sob investigação da Comissão de Apostas. O chefe do escritório de dados do partido, Nick Mason, também está sendo investigado.

Saunders pretendia concorrer à vaga de representante do círculo eleitoral de Bristol North West, enquanto Williams sairia candidato em Montgomeryshire e Glyndwr, mas o próprio premier havia externado sua ira sobre a questão envolvendo os correligionários. Nesta terça-feira, uma fonte do partido ouvido pela BBC confirmou a retirada do apoio.

— Como resultado de investigações internas em curso, concluímos que não podemos mais apoiar Craig Williams ou Laura Saunders como candidatos parlamentares nas próximas eleições gerais. Verificamos com a Comissão de Apostas se esta decisão não compromete a investigação que estão conduzindo, que é justamente independente e contínua — disse a fonte.

O escândalo é um fato político particularmente indesejável para os conservadores, em um processo eleitoral curto — com apenas cinco semanas de duração — e com perspectivas desfavoráveis.

Segundo as pesquisas eleitorais, o Partido Trabalhista, longe do poder desde 2010, está à frente, com intenções de voto que variam de 40 a 48%. Os conservadores mantém índices mais baixos nas mesmas leituras, com cerca de 20% — algo que põe em risco até mesmo a posição do partido do governo como segundo mais votado, ameaçado pela extrema direita. O partido de direita Reform UK, liderado pelo eurocético Nigel Farage, já supera os 15% em algumas pesquisas. (Com AFP)

Fonte: O Globo

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