Para Geraldo Wanderley, não é matando “bandido” que violência será reduzida

geraldo_wanderley1Para Geraldo Wanderley, é um equívoco a sociedade adotar o discurso de que é preciso fazer Justiça com as próprias mãos, e que “bandido bom é bandido morto”. “A população tem que se indignar, mas tem que entender o que é isso, tem que procurar e perguntar porque isso acontece, para sabendo porque isso acontece, buscar os caminhos e forçar o Estado a definir políticas adequadas para investir na redução da violência”, explicou.

De acordo com ele, o Brasil é o país que mais mata pessoas que a sociedade intitula de bandidos, que na sua opinião são jovens que estão entrando no crime por várias razoes, por falta de cuidado do Estado, da Família e da sociedade. Para sustentar sua defesa, Wanderley usou alguns dados estatísticos, durante a entrevista que concedeu ao Blog do Marcos Dantas nesta manhã de sexta-feira (30).

“Dos 50 mil homicídios no Brasil, de acordo com as últimas estatísticas, 28 mil são jovens de até 28 anos. E desses jovens, cerca de 75% são negros ou pardos. Essa violência tem um endereço, e uma pecha de discriminação. Temos mais de meio milhão de pessoas presas no sistema prisional, aprendendo num sistema terrivelmente desumano, que é onde eles aprendem a ser mais violentos, e depois volta para a sociedade para fazer crimes mais violentos. Nós temos hoje mais de 20 mil adolescentes presos no Brasil, 40 mil cumprindo medidas socioeducativas abertas, e somos o país que mais mata jovens no mundo, somos o país que mais prende, embora sejamos o quarto mais no mundo em população prisional, mas nós não vemos a baixa da violência. Então precisamos mudar as estratégias, está tudo errado”.

 Ouça Geraldo Wanderley:

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