Um produtor de música conseguiu escapar do ataque desta sexta-feira ao show da banda Piknik, em uma sala de concertos no subúrbio de Moscou, ao se trancar em um camarim com outras pessoas. O homem, identificado como Alexei, relatou ter visto o pânico da multidão, que corria em direção ao palco, conforme os atiradores avançavam. Ao menos 115 pessoas morreram no atentado, reinvidicado pelo Estado Islâmico, segundo o último balanço das autoriadades russas.
— Logo antes do início do concerto, ouvimos de repente várias rajadas de metralhadora e o terrível grito de uma mulher. E então muitos gritos —, contou à AFP Alexei, um produtor de música que estava nos camarins do Crocus City Hall, localizado em Krasnogorsk, no momento do ataque.
— Apenas três ou quatro rajadas no início, depois mais algumas —, acrescentou.
Do camarim, ele observou o pânico dos espectadores.
— As pessoas corriam em direção ao palco, um movimento terrível da multidão —, descreveu.
Junto com outras pessoas no local, ele se “trancou” antes de procurar uma maneira de sair rapidamente. No caminho, ele diz ter visto em uma das salas “fumaça e cinzas”, antes de chegar à saída.
Na manhã de sábado, os bombeiros haviam conseguido controlar quase completamente o grande incêndio que se seguiu ao tiroteio, segundo as autoridades. O Comitê de Investigação indicou que os supostos agressores usaram “líquido inflamável” para incendiar o prédio. O Kremlin anunciou no sábado que prendeu 11 pessoas, incluindo quatro assaltantes ligados ao ataque, reivindicado pelo grupo jihadista Estado Islâmico.
— Estou completamente aterrorizado, sinto que todo o meu corpo dói —, lamentou Semion Jraptsov, cuja mulher estava no concerto e ligou no momento do atentado, sem que ele pudesse entender o que ela estava dizendo — Eu vim assim que soube o que aconteceu. Não sei o que fazer, é um desespero total.
Fonte: O Globo