Omar Aziz manda prender ex-diretor da Saúde sob acusação de mentir na CPI

O presidente da CPI da Covid, senador Omar Aziz (PSD-AM), mandou prender hoje o ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias, sob a acusação de mentir à comissão. É o primeiro depoente a ser detido pela Comissão Parlamentar de Inquérito, após várias ameaças aos convocados. Mais cedo, Aziz já havia alertado Dias sobre suas declarações à CPI.

“Estou tentando lhe ajudar, estou sendo sincero com você. Agora, Vossa Excelência chegar aqui e dizer que saiu [do Ministério da Saúde], não sabe por quê; lhe tiraram poderes no seu departamento, não sabe por quê; demitiram duas pessoas que trabalhavam diretamente com o senhor, o senhor não sabe por quê”, Omar Aziz, presidente da CPI.

A decisão gerou bate-boca e nem todos os senadores, inclusive da oposição, concordaram com a prisão de Dias determinada por Aziz. Para eles, Dias é uma espécie de “peixe pequeno” no suposto esquema de corrupção. Ainda assim, após a prisão, preferiram não expor as discordâncias em público.

A advogada de Dias protestou contra a prisão, disse que o ato é uma ilegalidade e que ele estava colaborando com a CPI desde de manhã.

O senador Otto Alencar (PSD-BA), tido como da oposição na CPI, afirmou que Dias não era “o primeiro que mentiu aqui”. “O Pazuello mentiu, Wajngarten mentiu, todos que passaram aqui mentiram. Foi uma corporação de mentirosos, então tem que prender todos os mentirosos, não só o Roberto Dias.”

O senador oposicionista Alessandro Vieira (Cidadania-SE) disse a Aziz saberem que o depoente “está mentindo”, mas que a comissão “não botou um general que estava mentindo na cadeia [em referência ao ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello], não botou o Wajngarten mentindo na cadeia”.

A líder da bancada feminina do Senado, Simone Tebet (MDB-MS), pediu uma acareação entre Dias e o secretário-executivo do Ministério da Saúde, Élcio Franco. “Aí nós saberemos quem está mentindo, quem não está e quem tem que sair algemado desta comissão.”

Questionado pelo senador governista Marcos Rogério (DEM-RO) sobre o fundamento para a prisão, Aziz respondeu que “perjúrio desde o início”. “Vários, vários, vários [fatos]. Dizer que não tinha conhecimento de que ia se encontrar com Dominghetti, marcar uma audiência relâmpago…”, declarou Aziz.

Do Uol

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