O que se sabe sobre impactos das chuvas em SC e o que esperar para os próximos dias

Após chuvas no fim de semana (foto), pode voltar a chover em breve no Vale do Itajaí -  (crédito: Divulgação/Coordenadoria da Proteção e Defesa Civil de Presidente Getúlio )
Após chuvas no fim de semana (foto), pode voltar a chover em breve no Vale do Itajaí - (crédito: Divulgação/Coordenadoria da Proteção e Defesa Civil de Presidente Getúlio )

Ao menos 704 pessoas estão fora de suas casas em Santa Catarina por conta das fortes chuvas que atingiram o Estado no fim de semana, principalmente na região do Vale do Itajaí, segundo dados divulgados pela Defesa Civil local na noite desta segunda-feira (20).

Há 82 pessoas desalojadas e 622 desabrigadas no Estado — mas o número já diminuiu em relação ao boletim de mais cedo, já que algumas pessoas conseguiram voltar às suas casas.

Após uma trégua, está previsto que, entre a noite de quinta (23) e sexta-feira (24), as chuvas voltem a atingir o Estado, devido a uma frente fria que deve provocar pancadas de chuva e temporais isolados, segundo previsão do tempo da Defesa Civil de SC.

De acordo com a meteorologista Josélia Pegorim, da Climatempo, o Vale do Itajaí deverá voltar a ter chuva forte na sexta-feira, mas essa condição não deve durar muito.

“Na sexta-feira, teremos chuva em todas as áreas catarinenses, e essa chuva pode ser moderada a forte no vale [do Itajaí]. A diferença é que, agora, a chuva vai passar rapidamente”, diz Pegorim, apontando que, já no sábado, o sol estará de volta à região catarinense, embora haja previsão de muito frio.

“Pode chover forte sim, mas não há expectativa de que caia um volume tão elevado quanto foi durante o fim de semana.”

Algumas partes de Santa Catarina têm risco moderado para ocorrências como inundações e deslizamentos de terra entre terça (21) e sexta (24), segundo boletim do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden).

Já o cenário para o Estado vizinho do Rio Grande do Sul, que vem sofrendo há semanas com inundações, pode ser mais preocupante.

Algumas partes do Estado têm risco geológico (como deslizamentos de terra) considerado moderado e alto para os próximos quatro dias, e risco hidrológico (como inundações) muito alto no sudeste do Rio Grande do Sul.

Pegorim destaca que, por mais que a chuva dê trégua por alguns dias, como deve ocorrer no Vale do Itajaí até quarta-feira, o solo de áreas afetadas por inundações intensas fica por um tempo encharcado, o que traz riscos com a volta da chuva.

Entretanto, ela diz que a situação do Rio Grande do Sul nas últimas semanas tem sido “muito” pior do que as ocorrências recentes em Santa Catarina.

Inclusive, a mesma frente fria que deve atingir o território catarinense na quinta provavelmente afetará também ao Rio Grande do Sul, ela explica.

“Na quarta-feira, na costa do Rio Grande do Sul, você a formação de um novo ciclone extratropical. Esse ciclone vai dar origem a uma nova frente entre o Sul do Brasil e o Paraguai na quinta-feira”, diz Pegorim.

“Mas a partir dessa terça-feira, a circulação de ventos em vários níveis da atmosfera no extremo sul do Brasil já vai gerar nuvens carregadas sobre o Rio Grande do Sul. Nessa terça-feira, já tem previsão de chuva para Porto Alegre e para quase todo o Rio Grande do Sul. Só não deve chover no extremo norte do Estado”, aponta.

Por conta das chuvas no fim de semana, pelo menos 24 cidades catarinenses tiveram ocorrências relacionadas às chuvas.

Somente o município de Rio do Sul tem 431 pessoas desabrigadas e vários bairros alagados. Seis abrigos foram abertos na cidade.

No Estado, o volume de chuvas em três dias (dos dias 17 ao 20 de manhã) foi maior da média esperada para todo o mês de maio. Os municípios com maior volume de chuvas nesses dias foram Vidal Ramos (233,4 mm), Rio do Sul (217,9 mm) e Lontras (213,7 m).

Segundo o governo estadual, os municípios de Araranguá, São João do Sul e Rio do Sul receberam itens como cestas básicas, água potável, kit higiene, kit limpeza e colchões totalizando R$ 184 mil.

Abrigos precisaram ser abertos em algumas cidades, que tiveram bairros alagados, rachaduras em estradas e acidentes de carros relacionados às inundações.

Fonte: Correio Braziliense

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