O grande pacote de ajuda ao Rio Grande do Sul é para reconstruir o estado

Casas destruídas pelas enchentes na cidade de Roca Sales, no Rio Grande do Sul: programas lançados pelo governo buscam a reconstrução do estado
Casas destruídas pelas enchentes na cidade de Roca Sales, no Rio Grande do Sul: programas lançados pelo governo buscam a reconstrução do estado — Foto: Gustavo Ghisleni/AFP

O governo anunciou, nesta manhã, medidas de socorro a vários segmentos no Rio Grande do Sul, passando por trabalhadores assalariados, beneficiários dos programas sociais, estado, municípios, empresas e produtores rurais. Juntas essas medidas totalizam cerca de R$ 50 bilhões e, segundo aos cálculos do governo, terá um impacto primário de R$ 7,9 bilhões.

Entre as iniciativas estão a antecipação de abono salarial, liberação de parcelas extras do seguro desemprego, prazo estendido para o pagamento de dívidas. O Banco do Brasil, por exemplo, informou que não cobrará juros nas dívidas de cartões vencido, dando uma trégua ao bolso dos clientes por algum tempo. O BNDES informou, entre outras medidas, que usará o Fundo Clima para financiar projetos de recuperação.

O anúncio reuniu, além do presidente Lula, vários ministros, como Fernando Haddad, da Fazenda, Luiz Marinho, do Trabalho, Rui Costa, da Casa Civil, representantes de BNDES, Banco do Brasil, Caixa Econômica, entre outros. Cada um apresentou o que vai fazer pelo Rio Grande do Sul.

Esse é um momento de emergência, mas ao mesmo tempo de reconstrução, porque será necessário exatamente isso, reconstruir o Rio Grande do Sul. Recuperar a economia gaúcha será difícil, porque esta não é a primeira tragédia, é a maior.

Em conversa com o economista José Roberto Mendonça de Barros, ele me disse que a perda de capital da economia gaúcha é muito grande. Foram destruídas máquinas, todo o capital de investimento de muitas empresas, em alguns lugares tudo foi perdido. Imagine a situação em uma pequena propriedade rural, um empreendimento familiar que teve um equipamento destruído pelas águas. Como é que recupera essa máquina? Nas propriedades rurais de menor porte, a família se endividou para comprar aquele equipamento, não vai conseguir pagá-lo, muito menos comprar outro.

Vale lembrar que esse desastre ambiental, mas não é o único pelo qual passou o Rio Grande do Sul. Nos últimos cinco anos, o estado sofreu com três grandes inundações e também com períodos de seca, quando teve perda de safra e descapitalização dos produtores. Leva tempo para reconstruir tudo isso.

Um relatório do Bradesco sobre a economia gaúcha, divulgada hoje cedo, projeta uma queda no PIB estadual de 4% em maio. Os bancos estão debruçados para entender o tamanho da recessão gaúcha.

E ainda tem mais chuva para chegar, mais frio. Ou seja, a situação continua se agravando no Rio Grande do Sul.

O ministro Fernando Haddad já disse que na semana que vai conversar com o governador Eduardo Leite sobre a dívida do estado.

Fonte: O Globo

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