O Exército sempre pode ajudar

Na imagem, soldados do Exército ilhados no Rio Grande do Sul

Chuvas. Desastres. Alagamentos.

A tragédia não termina no Rio Grande do Sul.

A sociedade se mobiliza.

Doações. Ajudas. Resgates.

Marinha, Exército e Aeronáutica têm um papel a cumprir.

No Subcomando Geral do Almoxarifado Amazônico, o general Perácio acompanhava os acontecimentos.

Até que está tudo bem organizado…

O assessor Guarany ligou a televisão.

Quer assistir, general?

–Não. Essa emissora só traz mentira.

–Verdade, general.

O que foi que você disse? Hein? Hein?

–Verdade…

A mão de granito desferiu um golpe sobre a mesa de jacarandá.

Está contestando o que eu digo, tenente?

Guarany demorou para entender.

Não… eu disse é que… o senhor disse a verdade… essa emissora diz mentira…

Foi a vez de Perácio ter dificuldades para entender.

Decida-se, tenente.

Mosquitos de todas as cores cruzavam a telinha do televisor.

O que nós, militares, precisamos é de decisão.

–Positivo, general.

Perácio foi ficando mais calmo.

Precisamos fazer alguma coisa, tenente.

–Com relação a quê, exatamente…?

O 2º tapa matou 3 mosquitos pelo caminho.

As enchentes, caceta.

–Mas nós, aqui… na Amazônia.

Perácio respirou fundo.

Está tudo interligado, Guarany. É tudo um sistema só.

–Positivo, general.

–Muita água lá no Sul. Precisamos compensar de algum jeito.

–Positivo, general.

–Apronta o jipe. E o carregamento de gasolina.

–É pra já, general.

Um destacamento de emergência cumpriu as ordens de Perácio.

Em poucas horas, muitos hectares de mata úmida eram consumidos pelo fogo.

É a desertificação em marcha, Guarany.

–Missão cumprida, general.

–O que molha lá embaixo, a gente seca aqui em cima.

–Tudo interligado, general.

A ciência do clima evolui com rapidez.

Mas nas sociedades livres é assim mesmo.

Cada um interpreta os dados como quer.

Fonte: Poder360

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