Nunes pede ao Ministério Público investigação sobre distribuição de leques em apoio a Boulos no carnaval

Boulos com um leque 'Fica, vai ter bolo' no fundo
Boulos com um leque 'Fica, vai ter bolo' no fundo — Foto: Reprodução

O MDB-SP, partido do prefeito de São Paulo e pré-candidato à reeleição, Ricardo Nunes, pediu ao Ministério Público Eleitoral (MPE) a abertura de uma investigação para apurar a distribuição de leques em apoio ao deputado federal Guilherme Boulos, que vai disputar a eleição na capital paulista pelo PSOL. A representação ainda será analisada pelo promotor responsável.

No domingo, segundo revelou o jornal Folha de S. Paulo, pelo menos três blocos do carnaval paulistano distribuíram aos foliões brindes com referências ao líder sem-teto. O mais comum era o leque “Fica, vai ter (figura de um bolo)”. Outro também fazia menção indireta ao parlamentar, mas com a frase “SP + Gostoso com (figura de um bolo)”. O material tem duas cores predominantes, amarela e roxa, usadas na última campanha do psolista à prefeitura.

Na notícia de fato protocolada nesta quinta-feira, Ricardo Vita Porto, advogado do diretório municipal do MDB em São Paulo, pede a instauração de investigação para identificar não apenas do responsável pela distribuição do material – segundo ele, com o “evidente conhecimento de Guilherme Boulos”, mas a identificação das gráficas que imprimiram o material, além do custo e responsável pelo pagamento.

“Também é necessária a instauração da investigação para a identificação da mão de obra utilizada na distribuição desse material, em diversos pontos da cidade, com a apuração dos responsáveis por sua mobilização organizada e criteriosamente distribuída nos locais estratégicos, incluindo os locais em que Guilherme Boulos calculadamente se fez presente para promover-se pessoalmente”, diz notícia de fato que foi encaminhada.

O advogado alega que, além da distribuição dos materiais, Boulos se fez “ostensivamente presente” em vários blocos do carnaval de São Paulo e subiu a trios elétricos “na tentativa de ser ovacionado por claques e por militantes previamente mobilizados e organizados para essa promoção pessoal em festa comunitária”. A notícia de fato também ressalta o fato de o pré-candidato do PSOL ter compartilhado vídeos e fotos em suas redes sociais ao lado de pessoas portando o artefato.

“Não há como dizer que ele não tem ciência ou que não anuiu com a propaganda irregular veiculada em seu favor. Ao usar suas redes sociais para amplificar o alcance do engenho publicitário, o pré-candidato põe sua digital nos fatos e se torna, se não o único responsável, ao menos um dos responsáveis pela veiculação do ato (irregular) de campanha”, afirma o advogado na ação, acrescentando que “nenhum ato de pré-campanha eleitoral lícito admite a distribuição de material impresso de promoção pessoal”, “realização de showmícios” e “atos de campanha em bens públicos”.

“Aqui, vale observar que a estratégia adotada para a veiculação da campanha publicitária tentou burlar as regras eleitorais ao não fazer uma alusão direta ao candidato, mas trazer o desenho de um bolo, que claramente é um trocadilho com o nome do pré-candidato”, escreve Porto.

Procurado, Boulos não quis se manifestar.

Fonte: O Globo

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